Dólar abre em alta, com PEC da Transição ainda no radar e semana marcada por indicadores econômicos
Dólar abre em alta, com PEC da Transição ainda no radar e semana marcada por indicadores econômicos
Na última sexta-feira, moeda norte-americana subiu 0,36%, vendida a R$ 5,2152.
Por g1 05/12/2022 09h03 Atualizado há 13 minutos
Em dia de
liquidez reduzida nos mercados por conta do jogo do Brasil na Copa do Catar, o
dólar abriu em alta nesta segunda-feira (05), iniciando uma semana que conta
com a divulgação de importantes dados econômicos pelo mundo. No cenário
doméstico, as atenções seguem voltadas para a PEC da Transição e o rumo das
contas públicas no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Às 09h20, a
moeda norte-americana registrava variação positiva de 0,22%, negociada a R$
5,2266. Veja mais cotações.
Na última
sexta-feira, o dólar subiu 0,36%, cotada a R$ 5,2152. Com o resultado do final
da semana, a moeda acumula alta de 0,26% no mês e queda de 6,45% no ano.
O que
está mexendo com os mercados?
A primeira semana de dezembro é de agenda cheia para o mercado financeiro, com indicadores que devem mexer com os mercados e, principalmente, com a cotação do dólar.
No Brasil, o
Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne e divulga na quarta-feira (07) a
nova Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, hoje em 13,75% ao ano.
Na quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulga os dados de vendas no varejo de outubro e, na sexta, sai o Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador da inflação oficial do País.
Além dos
dados econômicos, a semana também conta com eventos políticos importantes no
cenário doméstico. O destaque fica com a PEC da Transição – proposta do governo
que visa liberar gastos acima do teto para financiar promessas eleitorais de
Lula (como o Bolsa Família de R$ 600 e o auxílio extra de R$ 150 para crianças
pequenas) -, que deve se votada no Senado na quarta-feira.
“Assim
como na semana passada, o mercado brasileiro segue de olho na alta das
commodities e nas negociações da PEC da Transição, com expectativa de gasto
acima do teto menor do que o texto protocolado”, afirma analistas do BTG
Pactual.
No exterior,
os próximos dias contarão com a divulgação de dados de inflação na China e o
Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro.
Especialistas
explicam que também mexe com o pregão desta segunda alguns dados divulgados nos
Estados Unidos na última sexta-feira. O relatório payroll, que fala sobre a
situação do mercado de trabalho americano, mostrou que a criação de vagas
continua forte na maior economia do mundo, o que gera expectativas de que as
taxas de juros no país continuem pressionadas.
Com a
geração de empregos forte, a tendência é que a população americana continue
consumindo bastante, com poder de compra. Assim, a inflação no país tarda mais
a cair, o que leva o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a
continuar com seu ciclo de altas nos juros, como forma de tentar frear a
escalada dos preços.
Juros mais altos elevam, também, a rentabilidade dos títulos públicos americanos, que são considerados os mais seguros do mundo, tornando-os mais atrativos. Isso leva a uma migração dos investidores, que abandonam em boa parte os ativos de risco, beneficiando o dólar em detrimento de moedas de países emergentes, como o Brasil.