CCJ do Senado aprova PEC da Transição
CCJ do Senado aprova PEC da Transição
Texto deve ser votado no plenário nesta quarta
Publicado em 06/12/2022 - 20:04 Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Após uma
longa sessão, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a
proposta de emenda à Constituição chamada PEC da Transição. A proposta visa
garantir recursos para programas sociais no Orçamento da União de 2023, como a
continuidade do pagamento do Bolsa Família/Auxílio Brasil de R$ 600 e o aumento
real do salário mínimo a partir de janeiro.
Conforme
acertado em reunião, ontem (5), na residência oficial da Câmara dos Deputados,
o relatório reduz o prazo de exceção do Bolsa Família ao teto de gastos para
dois anos e não por quatro anos, como originalmente era o objetivo da equipe de
transição.
Pela
proposta, serão destinados R$ 175 bilhões para pagamento do Bolsa Família, no
valor de R$ 600 mensais, mais R$ 150 por criança de até seis anos em 2023, além
de recursos para ampliar investimentos. Agora, a PEC segue para votação no
plenário da Casa. A previsão é votar o texto na sessão de amanhã (7).
Foram cerca de quatro horas de discussão, com alguns senadores querendo retirar do texto artigos que, segundo eles, não estavam dentro do consenso do auxílio às famílias carentes. A PEC prevê, além de um valor “extra-teto” para pagamento do auxílio, cifras extras para despesas com programas socioambientais e de combate às mudanças climáticas.
O texto
também prevê a exclusão do teto de gastos para despesas para execução direta de
obras e serviços de engenharia. “Isso permitirá a realização de obras pelos
batalhões de engenharia de construções do Exército em convênios com estados e
municípios”, disse o relator da PEC, senador Alexandre Silveira (PSD-MG).
Os
principais pontos de divergência, segundo o senador Jaques Wagner (PT-BA),
estariam no prazo da PEC, na data de envio do novo marco fiscal e na redução do
impacto da proposta em R$ 30 bilhões. Parte dos senadores sugeriu que a
expansão dos gastos para o pagamento valesse apenas por um ano. Eles também
cobraram que a proposta de um novo marco fiscal para substituir o teto de
gastos seja encaminhado em um prazo de seis meses após o início do novo governo.
Inicialmente, o prazo seria de um ano, mas foi reduzido após acordo.
Senadores da
base do atual governo queriam mais tempo para discutir a questão e pediram a
realização de uma audiência pública para debater o tema algo. Na prática, essa
audiência pública apenas postergaria a data da votação da PEC tanto na CCJ
quanto no plenário do Senado.
Um
requerimento de realização de audiência pública foi votado na comissão, mas foi
rejeitado.
Ao se
enviado ao plenário, o texto precisará ser aprovado por pelo menos 49 senadores
em dois turnos de votação. Vencida a etapa do Senado, a PEC seguirá para
análise dos deputados. Na Câmara, também em dois turnos, a PEC precisará do
apoio de 308 parlamentares para que possa ser promulgada antes do Natal.
Edição: Fábio
Massalli