Nova Zelândia aprova proibição do cigarro para futuras gerações
Nova Zelândia aprova proibição do cigarro para futuras gerações
Segundo nova legislação, qualquer pessoa nascida depois de 2008 nunca poderá comprar cigarros ou produtos derivados do tabaco.
Por BBC 14/12/2022 08h56 Atualizado há 4 horas
A Nova
Zelândia adotará gradualmente uma proibição quase total do tabaco a partir do
próximo ano.
A legislação
aprovada pelo parlamento nesta terça-feira (13) significa que qualquer pessoa
nascida depois de 2008 não poderá mais comprar cigarros ou produtos derivados
do tabaco no país.
Na prática,
o número de pessoas capazes de comprar tabaco na Nova Zelândia diminuirá a cada
ano. Em 2050, por exemplo, pessoas de 40 anos serão jovens demais para comprar
cigarros.
A ministra
da Saúde, Ayesha Verrall, que apresentou o projeto de lei, disse que era um
passo “em direção a um futuro sem fumo”.
“Milhares
de pessoas viverão vidas mais longas e saudáveis e o sistema de saúde
economizará NZ$ 5 bilhões (R$ 17 bilhões) melhor por não precisar tratar as
doenças causadas pelo fumo”, disse Verrall.
A taxa de tabagismo na Nova Zelândia já está em níveis historicamente baixos, com apenas 8% dos adultos fumando diariamente, segundo estatísticas do governo divulgadas em novembro — abaixo dos 9,4% do ano passado.
Espera-se
que a Lei de Ambientes Sem Fumo reduza esse número para menos de 5% até 2025,
com o objetivo final de eliminar completamente a prática.
O projeto de
lei também visa limitar o número de varejistas capazes de vender produtos de
tabaco para 600 em todo o país — abaixo dos 6 mil atualmente — e reduzir os
níveis de nicotina nos produtos para torná-los menos viciantes.
“Isso
significa que a nicotina será reduzida a níveis não viciantes e as comunidades
estarão livres da proliferação e aglomeração de varejistas que visam e vendem
produtos de tabaco em certas áreas”, disse Verrall.
Ela
acrescentou que a legislação poderia reduzir a diferença existente entre a
expectativa de vida de cidadãos maoris e não maoris. A taxa geral de fumantes
para os cidadãos maori é de 19,9% — abaixo da de 22,3% do ano passado.
A nova
legislação não proíbe os chamados produtos vape, como cigarros eletrônicos, que
se tornaram muito mais populares entre as gerações mais jovens do que os
cigarros de tabacco.
Os críticos
do projeto de lei — incluindo o partido ACT, que detém 10 assentos no
Parlamento — alertaram que a política poderia alimentar um mercado negro de
produtos de tabaco e acabar com pequenas lojas.
“Ninguém quer ver as pessoas fumando, mas a realidade é que algumas vão, e essa proibição do “estado babá” dos trabalhistas vai causar problemas”, disse a vice-líder do ACT, Brooke van Velden.