TSE mantém multa de R$ 22,9 milhões ao PL por atuação irregular na Justiça
TSE mantém multa de R$ 22,9 milhões ao PL por atuação irregular na Justiça
Partido de Bolsonaro contestou urnas usadas na eleição sem apresentar indícios de irregularidades. Maioria dos ministros votou contra derrubada de multa aplicada por Moraes.
Por Rosanne D'Agostino, g1 — Brasília 15/12/2022 10h56 Atualizado há 7 minutos
O plenário
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por maioria, nesta quinta-feira
(15), manter a multa de R$ 22,9 milhões aplicada ao Partido Liberal (PL) por
atuação irregular na Justiça. A multa foi definida pelo presidente da Corte,
ministro Alexandre de Moraes.
O ministro
condenou a coligação que apoiou o presidente Jair Bolsonaro à reeleição por
litigância de má-fé – ou seja, por ter acionado a Justiça de forma
irresponsável ao pedir a verificação das urnas usadas na eleição sem apresentar
indícios e provas de irregularidades.
Em uma ação,
a coligação de Bolsonaro disse que cerca de 60% das urnas não eram auditáveis.
Por outro lado, o ministro informou que todas as urnas são auditáveis e
considerou o argumento elaborado pelo PL esdrúxulo.
Depois,
Republicanos e Progressistas, outras partidos da coligação, alegaram que não
apoiavam o pedido e foram desobrigados da multa.
Ao TSE, o PL
alegou que “jamais teve a intenção de causar qualquer tumulto ao processo
eleitoral brasileiro, muito menos fomentar qualquer tipo de movimento
ideológico”.
PL não
apresentou provas
O relator,
ministro Alexandre de Moraes, reafirmou que o PL, partido de Valdemar Costa
Neto, não apresentou provas de irregularidades nas urnas.
“As urnas
eletrônicas possuem variados mecanismos físicos e eletrônicos de identificação.
Esses mecanismos são coexistentes, ou seja, são múltiplos e redundantes para
garantia e resguardo da identificação individual das urnas. Aliás, também é
assim para proteger e resguardar os próprios votos sigilosos depositados nas
urnas eletrônicas”, afirmou.
Acompanharam
o relator os ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Benedito Gonçalves,
Sergio Banhos e Carlos Horbach.
O ministro
Raul Araújo divergiu em parte, afirmando que deveria ser adotada uma nova base
de cálculo para a multa, diminuindo o valor, além de limitar o bloqueio de
valores do partido.
Moraes disse
que a ampla liberdade dos partidos não pode servir para atentar contra o estado
democrático de direito. “Não é possível que partidos financiados por
recursos públicos atentem contra a democracia”, disse.
“A
má-fé foi tão caracterizada, que o requerente ingressou como se estivesse
entrando em nome da coligação”, disse. “As urnas eletrônicas continuam sendo
acreditadas em que pese esses movimentos extremistas antidemocráticos que logo
acabará”, acrescentou o presidente do TSE.