Dólar inverte sinal e opera em baixa, apesar da valorização global da moeda americana

Dólar inverte sinal e opera em baixa, apesar da valorização global da moeda americana

Na quinta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,25%, vendida a R$ 5,3147.

Por g1 16/12/2022 09h03  Atualizado há 57 minutos

O dólar opera em leve baixa nesta sexta-feira (16), apesar do movimento de valorização da moeda nos mercados internacionais, enquanto os investidores ainda repercutem a alta das taxas de juros nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, o mercado continua atento ao andamento da Lei das Estatais e da PEC da Transição no Congresso.

Às 09h52, a moeda norte-americana caía 0,12%, cotado a R$ 5,3085. Veja mais cotações

No quinta-feira, o dólar encerrou o pregão com alta de 0,25%, vendido a R$ 5,3147. Com o resultado, a moeda acumula alta de 2,17% no mês. No ano, tem queda de 4,67%.

 

O que está mexendo com os mercados?

Especialistas explicam que os mercados, em nível global, continuam um movimento de aversão aos riscos iniciado no pregão de ontem, influenciados sobretudo pelas decisões de política monetária nos Estados Unidos e na Europa nos últimos dias.

No país norte-americano, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) elevou as taxas de juros em 0,5 ponto percentual na última quarta-feira, a um patamar entre 4,25% e 4,50% ao ano. Já na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) elevou a taxa de juros que paga sobre os depósitos bancários de 1,5% para 2%.

Dirigentes de ambas as instituições destacaram, ainda, que o ciclo de altas deve continuar nos próximos meses, até que a inflação – que é a maior em décadas – esteja controlada.

Juros mais altos nos Estados Unidos faz com que os títulos públicos americanos, considerados os mais seguros do mundo, tenham uma rentabilidade maior. Isso atrai investidores, que buscam mais segurança em um momento de incertezas econômicas, levando a uma migração do capital estrangeiro para esses ativos, o que favorece o dólar em detrimento de outras moedas, principalmente as de países emergentes, como o Brasil.

Na zona do euro, ainda, houve divulgação da inflação oficial de novembro nesta manhã. O indicador de preços ao consumidor da região recuou de 10,6% no acumulado em 12 meses até outubro para 10,1% em novembro, informou a Eurostat, escritório de estatísticas da União Europeia.

Apesar da desaceleração observada no último mês, a inflação anual da região segue sendo a maior em décadas. Em novembro de 2021, a taxa anual da inflação na zona do euro era bem menos expressiva, de 4,9%.

No Brasil, o mercado segue atento ao cenário de política econômica. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicou no dia anterior que o projeto de lei que altera a Lei das Estatais não deve ser votado nem nesta semana nem na próxima.

A PEC da Transição, que visa aumentar o teto de gastos para financiar benefícios sociais que foram prometidos na campanha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, só deve ser votada na Câmara dos Deputados na semana que vem.

Segundo Leandro de Checchi, analista da Clear Corretora, “as notícias que envolvem a alteração da Lei das Estatais e dificuldades com a tramitação da PEC da Transição aliviam, ao menos no curto prazo, os temores de risco fiscal que vinha pesando no mercado nacional” 

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