A 200 dias do Pan, Brasil projeta recorde de atletas em Santiago
A 200 dias do Pan, Brasil projeta recorde de atletas em Santiago
Rogério Sampaio, chefe de missão nos Jogos Pan-Americanos, reforça a importância do megaevento: "Nossa participação em Paris depende de um bom desempenho em Santiago".
Por Marcel Merguizo — São Paulo 03/04/2023 07h00 - Atualizado há uma hora
Já é uma
tradição, ao fim de todo Pan, o presidente da entidade que organiza o
megaevento crava: “Essa foi a maior edição dos Jogos, histórico”. Era
assim como o mexicano Mário Vazquez Raña –aquele dirigente que começou o
discurso no Maracanã em 2007 com “Hoy…” e logo foi correspondido
pelos torcedores com um “Ooooooi!”– e continua sendo com o chileno
Neven Ilic, presidente da PanAm Sports desde 2017.
O Pan de
Santiago, que começa em exatos 200 dias, também será “histórico” e
“o maior”. Ao menos para o Time Brasil. Essa é a ideia do COB (Comitê
Olímpico do Brasil), que projeta mais de 600 atletas brasileiros nos Jogos que
acontecerão entre 20 de outubro e 5 de novembro, na capital chilena.
O recorde de
atletas enviados para o exterior pelo Brasil para uma edição do Pan foi 590 nos
Jogos de Toronto 2015, no Canadá. No Pan do Rio 2007, em casa, o Brasil teve a
maior delegação de uma edição, com 660, devido às classificações diretas em
esportes coletivos.
Agora, para
o Pan de Santiago, o Brasil já tem 432 vagas asseguradas. E 36 atletas já
possuem a vaga nominal garantida. A maioria deles, por ter vencido os Jogos
Pan-Americanos Júnior de Cali 2021, como a skatista Pâmela Rosa, o velocista
Erik Felipe Cardoso e a nadadora Stephanie Balduccini. Estes jovens atletas
recebem um suporte especial do COB dentro de um programa chamado Conexão
Santiago, mais uma ação inédita voltada a confirmar a relevância do Pan neste
ciclo olímpico.
No Pan deste
ano, nos cálculos do COB, serão mais de 600 atletas brasileiros. Mais de mil
pessoas, se considerada toda delegação brasileira. A quantidade de enviados é
mais uma forma de aferir a importância que o comitê está dando aos Jogos que
vão ser realizados nove meses antes das Olimpíadas de Paris 2024.
– Os Jogos
Pan-Americanos de Santiago terão importância estratégica para o planejamento do
COB, pois distribuem um grande número de vagas, classificando atletas
diretamente para os Jogos Olímpicos de Paris. Então, a nossa participação em
Paris depende de um bom desempenho em Santiago – afirma Rogério Sampaio,
diretor geral do COB e que será chefe de missão do Time Brasil no Pan.
– E também
porque o desempenho do Brasil nos Jogos Pan-americanos de Lima, quatro anos
atrás, quando batemos diversos recordes e ficamos na segunda colocação do
quadro de medalhas, foi memorável. Então, repetir e até melhorar esse resultado
é importante pensando nos Jogos Olímpicos de Paris – completa o dirigente
campeão olímpico no judô em 1992 ao blog Olímpico, do ge.
No Pan de
Lima 2019, no Peru, uma delegação de 481 atletas levou o Brasil à segunda
colocação no quadro geral de medalhas, atrás apenas dos Estados Unidos, o que
não acontecia desde os Jogos de São Paulo 1963. Os brasileiros alcançaram o
recorde de pódios do país na história do evento, com 55 ouros e total de 171
medalhas. Também foram conquistadas 29 vagas olímpicas diretas para os Jogos de
Tóquio 2020.
Os Jogos de
Santiago serão os que darão mais vagas olímpicas na história do Pan. Por meio
de classificações diretas ou valendo pontos em rankings olímpicos, o evento
será classificatório apara Paris 2024 em 33 modalidades (21 diretas e 12
indiretas), outo a mais que no Pan de Lima. Ao todo, espera-se cerca de 7 mil
atletas no Pan de Santiago.
– Teremos
uma delegação composta por mais de 600 atletas e em torno de mil pessoas no total.
Vamos procurar levar para esses Jogos Pan-Americanos o que temos de melhor em
todas as modalidades. Entendemos que nos anos anteriores aos Jogos Olímpicos,
os Campeonatos Mundiais têm um peso maior. Assim, nas modalidades em que não
houver um conflito de agenda, nós vamos procurar levar nossos principais
atletas. Vale destacar que os Jogos Pan-Americanos acontecerão a nove meses de
antecedência dos Jogos Olímpicos. Então, é a última oportunidade para os
atletas vivenciarem uma experiência de jogos multiesportivos antes de Paris –
concluiu Sampaio.
O Brasil, por exemplo, vai ser o único dos 41 membros da PanAm a ter uma casa própria nestes Jogos no Chile. A Casa Brasil, no Pan, vai ficar em um espaço dentro do Parque Araucano, no bairro de Las Condes, um dos mais conhecidos da capital chilena. Com capacidade para 500 pessoas e entrada gratuita, a residência oficial brasileira em Santiago contará com uma programação entre shows e eventos com referência à cultura nacional.