Abilio Diniz: de onde veio a fortuna do empresário, estimada em US$ 2 bilhões

Abilio Diniz: de onde veio a fortuna do empresário, estimada em US$ 2 bilhões

Empresário morreu neste domingo (18), vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite.

Por g1

O empresário Abílio Diniz foi um dos nomes mais célebres dos negócios em sua geração. Ao lado do pai, foi responsável pela construção e crescimento do grupo Pão de Açúcar.

Posteriormente, comandou uma das maiores companhias de alimento do mundo e fez parte de conselhos de administração de multinacionais.

O sucesso na carreira o fez, também, um dos homens mais ricos do país. Entre os brasileiros, ocupava a 31ª posição no ranking da revista Forbes (1526º no mundo). Ele deixa uma fortuna estimada em US$ 2 bilhões.

Abílio morreu neste domingo (18), aos 87 anos, em São Paulo, vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. Ele deixa cinco filhos, esposa, netos e bisnetos.

 

Autoridades e entidades lamentam morte de empresário

Filho de Valentim e Floripes, Abilio Diniz nasceu no bairro do Paraíso, na Zona Sul de São Paulo, em dezembro de 1936. Primeiro de seis filhos de uma família de origem portuguesa, viveu nos fundos de uma mercearia.

Em 1948, ainda menino, ajudou o pai na abertura de uma doceria, chamada Pão de Açúcar. Era o início da construção de um império em homenagem ao cartão-postal do Rio de Janeiro, primeira imagem que o pai avistou ao chegar ao Brasil de navio.

Formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Diniz pensou em se especializar nos Estados Unidos, mas o convite do pai falou mais alto, e em 1959, abriram a primeira loja do Pão de Açúcar, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, no coração de São Paulo.

No final dos anos 1960, já eram mais de 60 lojas em 17 cidades.

Em 1971, Diniz inaugurou o Jumbo, primeiro hipermercado do Brasil. Cinco anos depois, com empréstimo do BNDES, comprou a Eletroradiobraz, e seguiu comprando, crescendo e inovando.

Diniz também foi o primeiro a criar supermercado em shopping e a abrir suas lojas 24 horas. Foi um dos fundadores da associação brasileira de supermercados e foi um dos pioneiros na criação de programas de trainees do Brasil, uma maneira de recrutar e treinar talentos nos negócios.

Mas um dos maiores líderes empresariais do país também conheceu crises e esteve no centro de conflitos. Por dez anos foi membro do conselho monetário nacional.

Em 1987, com o Pão de Açúcar e o país mergulhados em uma crise econômica, vendeu a sede imponente e voltou ao prédio onde tudo começou. Em 1991, o Pão de Açúcar pagou as dívidas e deu lucro.

Diniz se preparou para enfrentar gigantes do varejo internacional no Brasil. Em 1995, abriu o capital do Pão de Açúcar e, com dinheiro em caixa, voltou a comprar supermercados menores, até que encontrou um acionista internacional, o grupo francês Casino.

Depois, decidiu profissionalizar a administração do grupo e tirar os filhos da sucessão. Entrou no ramo de eletroeletrônicos pelo varejo e, depois de 54 anos, deixou o grupo Pão de Açúcar em 2013.

“É um dia muito importante hoje para mim e para minha família. É o dia em que estou passando o controle do grupo Pão de Açúcar para o grupo Casino”, disse na ocasião.

Depois, comandou o conselho de administração da BRF — uma das maiores companhias de alimentos do mundo — e criou uma empresa de investimentos, a Península Participações, que comprou ações do Carrefour.

Com o investimento, tornou-se também membro do conselho de administração da rede de supermercados, uma das principais concorrentes do Pão de Açúcar, que criou.

Além do Carrefour Brasil e França, a Península tem participação em empresas como Wine, Oncoclínicas e Padaria Benjamin. 

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