Água baixa e revela cenário de destruição em Mariante (RS)
Água baixa e revela cenário de destruição em Mariante (RS)
Imagens desta segunda-feira (20) mostram imóveis completamente destruídos e uma casa que foi arrastada pela força da água e que ficou suspensa.
Por g1 e Bom Dia Brasil
A água do
rio Taquari começou a baixar e revelou um cenário de destruição em Mariante,
distrito de Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul. A localidade resistiu a
inundações históricas, mas sucumbiu com as chuvas de maio, quando teve toda a
infraestrutura e quase todas as 618 casas atingidas pela inundação.
A prefeitura
pretende levar os moradores para Vila Estância Nova, local onde ficava o
Instituto Penal do município. Foi solicitado ao governo estadual uma área de
5,7 hectares para realocar os moradores da área urbana do vilarejo.
Imagens
desta segunda-feira (20) mostram imóveis completamente destruídos e uma casa
que foi arrastada pela força da água e que ficou suspensa.
Em Venâncio
Aires, 23 mil pessoas foram afetadas, sendo que 8 mil tiveram que sair de casa
e mais de 200 ainda permanecem em abrigos da prefeitura.
Vila
centenária varrida pela enchente
A reportagem
do g1 foi até Mariante durante a cheia do Rio Taquari e acompanhou o cotidiano
de moradores que resistiam em seus imóveis. Como é o caso do Osmar Gomes
Pereira, de 71anos, que convive com as enchentes há quatro décadas.
Ele diz que,
de tanto ouvir falar, tinha curiosidade de saber como foi a cheia de 1941, a
pior da história do Rio Grande do Sul até as enchentes de 2024. No início de
maio deste ano, viu algo pior. O distrito de Mariante e os arredores, onde vive
o idoso, foram arrastados pelo Taquari.
No dia 1º,
Osmar, a mulher, Adélia Gonçalves dos Santos, e o filho, Adriano dos Santos
Pereira, viram a água subir e quase invadir a casa.
Vizinhos de
Osmar, Délcio e Cleci Bergnethal, de 77 e 72 anos, também não queriam deixar a
casa. “Daqui eu não saio”, disse Délcio, segundo o filho, Paulo Dario
Bergnethal, de 53 anos, que morava ao lado.
Nas duas
grandes cheias que atingiram a região recentemente – em setembro e novembro de
2023 –, o casal escapou subindo para o segundo andar.
O casal foi para o segundo andar novamente – a mulher, cadeirante, subiu carregada pelo filho. Dias depois, em 3 de maio, Délcio e Cleici foram encontrados sem vida no andar térreo.