Análise: afundado em crise, Corinthians parece regredir e tem uma única luz no fim do túnel
Análise: afundado em crise, Corinthians parece regredir e tem uma única luz no fim do túnel
Luxemburgo tenta "fechar casinha", mas time não consegue ficar com a bola contra o Atlético-MG; volta de Renato Augusto, ainda sem data, vira fio de esperança.
Por Bruno Cassucci — São Paulo 18/05/2023 04h00 - Atualizado há 6 horas
A crise do
Corinthians parece não ter fim. Sem vencer há seis jogos, o time troca peças e
estratégias, mas não sai do lugar. Pior, parece regredir.
Com Fernando
Lázaro, demitido há menos de um mês (sim, a impressão é de que já faz muito
mais tempo), a equipe tinha problemas, mas também pontos positivos. Havia
aproximação entre os jogadores, triangulações, algumas ideias ofensivas claras.
Agora, o Corinthians parece não ter noção alguma do que fazer com a bola.
Você pode
não gostar da forma com que Vanderlei Luxemburgo tenta apagar o fogo, mas há de
concordar que não foi ele quem criou o incêndio. Com menos de 20 dias de
trabalho, o técnico vai testando jogadores e alternativas táticas sem sucesso e
ainda não conseguiu vencer após cinco jogos – perdeu três e empatou dois.
Na derrota
por 2 a 0 para o Atlético-MG, quarta-feira, no Mineirão, Luxa tentou
“fechar a casinha” e manter o Corinthians vivo para o jogo da volta,
em Itaquera, no próximo dia 31. Com a surpreendente escolha de Paulinho como
primeiro volante, a equipe se postou num 4-1-4-1, mas em alguns momentos chegou
a formar uma linha de cinco jogadores na defesa, com Wesley ao lado de Fagner.
A tática funcionou parcialmente por 68 minutos. O Galo tentava explorar o lado esquerdo da defesa corintiana – o mais vulnerável –, mas o Timão se fechava razoavelmente bem.
O problema é
que, ao recuperar a bola, o Corinthians não tinha saída e rapidamente devolvia
a posse ao Atlético. Era impossível respirar.
Na única
chance na primeira etapa, Róger Guedes chutou e Everson defendeu, mas o
atacante estava impedido. Assim, a equipe foi para o vestiário sem uma única
finalização sequer nas estatísticas.
Outro dado
alarmante: até quase 30 minutos do segundo tempo, o Corinthians não havia
completado sequer 100 passes. Terminou o jogo com 147, um quarto do que trocou
o Atlético-MG.
Quando
Paulinho abriu o placar para os mineiros, aos 20 minutos, o time de Luxemburgo
definhou emocionalmente. Veio o segundo gol, aos 33, e outros não saíram graças
a Cássio e aos erros de finalização do time da casa.
Os erros
saíram de vacilos individuais. Fábio Santos dá espaço para o cruzamento, Fagner
vai mal na marcação… Mas os maiores problemas são mesmo coletivos.
Reverter os
2 a 0 não é missão impossível, mas é muito difícil olhar para esse Corinthians
e ver de onde a virada pode sair. Assim como a classificação para o mata-mata
da Libertadores parece extremamente distante, mesmo ainda com três jogos pela
frente.
A única luz
no fim do túnel alvinegro tem nome e sobrenome: Renato Augusto. Espera-se que
nos próximos dias o meia entre na fase final de recuperação da cirurgia no
joelho, sendo liberado para treinar com o grupo. É improvável que ele volte a
jogar em menos de uma semana, mas o camisa 8 deve estar à disposição para o
segundo duelo contra o Atlético-MG.
Até lá, o
Corinthians terá pela frente nada menos do que Flamengo e Argentinos Juniors,
fora de casa, e Fluminense, em Itaquera.
A crise do
Corinthians parece não ter fim.