Análise: ataque inoperante e noite pavorosa na defesa marcam estreia de Cuca no Corinthians
Análise: ataque inoperante e noite pavorosa na defesa marcam estreia de Cuca no Corinthians
Timão sai na frente, mas leva a virada e perde por 3 a 1 para o Goiás na Serrinha, na estreia do técnico; há muito a resolver para decisão na Copa do Brasil.
Por Marcelo Braga — São Paulo 24/04/2023 04h00 - Atualizado há 5 horas
O desafio
para Cuca não é nada fácil.
Além do
extracampo, com protestos da torcida contra seu nome e até um manifesto do time
feminino contrário à sua chegada, ainda há ainda um Corinthians repleto de
problemas dentro de campo. Herança de um trabalho que não deu certo com
Fernando Lázaro. De um time, hoje, sem confiança.
Com um
elenco com carências, principalmente ofensivas, o Timão cria muito pouco.
Em Goiânia,
na derrota por 3 a 1 para o Goiás, neste domingo, apenas Róger Guedes pareceu
iluminado. Fez o gol, deu um chute de muito perigo e lutou até o fim. Já
Giuliano, Chrystian Barletta e Yuri Alberto, outros titulares, foram
inofensivos.
Mas o que mais assustou, principalmente para o jogo contra o Remo, quarta-feira, na Neo Química Arena, no jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil, foi a atuação defensiva. O Timão levou dois gols de cruzamentos, foi desorganizado, rebateu bolas fáceis e, no final, se abriu para o gol de Apodi.
Foi a quinta
derrota da temporada. A primeira de Cuca, que terá pela frente uma sequência
complicadíssima, com os jogos contra Remo, Palmeiras (Brasileirão) e Del Valle
(Libertadores).
Primeiras
escolhas de Cuca
Sem Fagner e
Rafael Ramos, o Timão foi a campo com Bruno Méndez improvisado na lateral
direita. Du Queiroz, que entrou na posição contra o Argentinos Juniors, foi escalado
na sua, como volante.
Já foi
possível notar a mão de Cuca em seu primeiro jogo. A começar pelo esquema
tático inicial: um 4-4-2 em que a segunda linha teve Barletta aberto pela
esquerda (por 34 minutos), Giuliano aberto pela direita e um miolo com Fausto e
Du Queiroz.
Com linha
alta na marcação sem a bola, por diversas vezes os zagueiros foram à caça, o
que acabou deixando buracos na defesa.
Outro
aspecto que chamou atenção foi o lance do gol: uma jogada ensaiada de
escanteio, que começou com Guedes, teve lançamento de Du Queiroz, tabela com
Fausto Vera e golaço do mesmo Róger Guedes. O atacante, aliás, foi o principal
destaque da equipe na primeira etapa do jogo.
Só que o
Corinthians atual é um time com claros problemas defensivos. Na primeira etapa,
Balbuena deu presentes em saída de bola, e num deles o Goiás se reorganizou e
conseguiu um gol em cruzamento, num lance em que o quarteto defensivo falhou.
Um time, mais uma vez, vulnerável.
As
mexidas do treinador
Antes do
jogo, Cuca disse que gosta de times versáteis, que conte com jogadores que
fazem mais de uma função. Isso ficou claro no intervalo, quando ele sacou Bruno
Méndez, passou Du Queiroz para a lateral direita e reforçou o meio com Roni.
Ali, o time tinha deficiência na marcação e não atacava.
A outra
mudança foi mais de nomes: saiu um apagado Barletta e entrou um empolgado
Pedro, de quem a torcida sempre espera muita coisa. O Timão ficou num aparente
4-2-3-1, com Giuliano mais centralizado na criação, Pedro e Guedes abertos, e
Yuri enfiado entre os zagueiros esmeraldinos.
Pedro
começou aberto na esquerda, mas com dez minutos inverteu com Guedes.
Ofensivamente, porém, o Corinthians pouco construiu. Depois de 20 minutos de
pouco futebol, Cuca fez mais duas mudanças na equipe. Colocou Maycon e Paulinho
e sacou Fausto Vera e Giuliano.
Com mais
dois jogadores que vivem fase irregular e sem muita organização, o Timão seguiu
inoperante. Até que, num escanteio do Goiás, Gil subiu mal, e Lucas Halter fez
2 a 1. Mais um gol de bola aérea, algo que vem se repetindo nos últimos jogos.
No desespero, Cuca trocou Balbuena por Júnior Moraes e tentou um abafa. A ousadia causou mais um gol, marcado por Apodi. Um golpe final num time que já não conseguia reagir.
Derrotado em
sua estreia, Cuca foi à entrevista coletiva e deu o mesmo diagnóstico do
torcedor: viu um Corinthians repleto de problemas, que precisa reagir. O caso é
sério, ainda mais diante de jogos tão importantes pela frente. Bagunçado, o
Corinthians precisa com urgência de treino e organização.