Análise: ausência de Zé Rafael e sequência explicam empate do Palmeiras em casa
Análise: ausência de Zé Rafael e sequência explicam empate do Palmeiras em casa
Volante "operário" do Verdão fez falta em um time que teve dificuldades, por conta do desgaste físico de cinco jogos seguidos, em construir o resultado mais naturalmente.
Por Henrique Toth — São Paulo 14/05/2023 04h00 - Atualizado há um dia
Depois de
quatro vitórias seguidas, o Palmeiras tropeçou. Neste sábado, ficou no empate
em 1 a 1 com o Bragantino, pela sexta rodada do Brasileirão, em um jogo que
evidenciou a necessidade de refrescar o físico do time titular e a falta que Zé
Rafael faz.
Para
começar, a escalação do Palmeiras vem praticamente se repetindo desde o jogo
contra o Corinthians. Jogadores como Gabriel Menino, Raphael Veiga, Artur, Dudu
e Rony atuaram como titulares nas cinco partidas.
Neste
período, a intensidade do time de Abel Ferreira foi destaque, principalmente
nas goleadas contra Goiás e Grêmio. Desta vez, porém, o cansaço cobrou.
Foi nítido que jogadores como Dudu e Rony, principalmente, que usam muito de suas velocidades, estiveram abaixo de seus níveis normais. Não em questão de oportunidades criadas ou entrega, mas sim em erros técnicos simples, que não costumam cometer.
–
Fisicamente, acho que hoje estivemos bem. Mas em termos de decisões, senti um e
outro jogador… Não tivemos tão claros no último terço – disse Abel Ferreira
após a partida, não relacionando diretamente os erros técnicos com o desgaste
físico de seus jogadores.
Foram 21
finalizações, sendo 14 chutes a gol, contra sete do Bragantino. Além disso,
foram 78 passes incompletos e contra-ataques desperdiçados. A perna cobra, e
aquele famoso último toque fica prejudicado.
– Acho que
pecamos muito. Além das oportunidades no ataque posicional, tivemos muitas
transições que não conseguimos finalizar – completou Abel, que viu sua equipe
melhorar após as substituições do segundo tempo, que deram um fôlego maior ao
seu time.
Mesmo com um
ritmo menor, errando mais do que costuma errar, o time de Abel Ferreira
conseguiu criar e soube aproveitar uma de suas principais armas: a bola parada.
Todo mundo sabe, mas ninguém consegue parar.
Agora, Abel
Ferreira, sua comissão técnica e todo o Núcleo de Saúde e Performance vão
analisar a recuperação física de cada jogador para decidir quem vai enfrentar o
Fortaleza, na próxima quarta-feira, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
– Nós temos
que avaliar isso jogo a jogo. Essa é uma das dificuldades do futebol
brasileiro. Para nós, são obstáculos, mas são eles que nos fazem melhores e
mais competentes. Podem existir lesões depois, mas isso é o que é. Não vamos
mudar isso, não somos nós quem decidimos. Manda quem pode, obedece quem deve –
completou Abel, falando sobre o calendário apertado do Brasil.
Ausência
do “operário” Zé Rafael
Para esse
próximo confronto, Zé Rafael volta ao time titular do Palmeiras. Contra o
Bragantino, ficou nítida a falta que o “volante operário” do Verdão
faz. Sem ele, tudo parece ser construído de maneira mais difícil, com menos
naturalidade.
É só quando
um jogador desse não está em campo que você percebe a sua importância. E quem
diz isso são treinadores de elite. Arsène Wenger, histórico técnico do Arsenal,
elegeu, certa vez, o volante Gilberto Silva como o jogador mais subestimado que
teve em mãos. Por quê?
– Ele
(Gilberto) era naturalmente discreto. Me lembro quando o comprei, em 2002,
estava na Copa do Mundo. E eu olhei para ele e pensei: não faz nada especial…
Mas olhando, quem roubou aquela bola para o Brasil? Gilberto. Quem começou
aquela jogada? Gilberto. Ninguém fala dele. Mas ele é do tipo de jogador que
você só vê a importância quando ele não joga. Quando joga, você acha tudo
natural.
E é possível
fazer essa relação direta com Zé Rafael (guardadas as devidas proporções), que
desde sua chegada ao Palmeiras vai se reinventando e mostrando, mesmo que agora
no trabalho mais “ingrato” da equipe, a sua importância.
Fabinho, seu
substituto neste último sábado, possui características diferentes. Tende a ser
um volante que atua menos de área à área. Ainda jovem, naturalmente vai
evoluir. Richard Ríos, outro jovem e mais uma opção que também não é primeiro
volante, entrou na segunda etapa e foi bem ofensivamente.