Análise: com “jet lag”, Palmeiras faz jogo ruim coletivamente, mas vê seu craque decidir
Análise: com "jet lag", Palmeiras faz jogo ruim coletivamente, mas vê seu craque decidir
Intensidade do time de Abel Ferreira não foi, naturalmente, a mesma. Veiga, então, garantiu os três pontos.
Por Henrique Toth — São Paulo
O Palmeiras
não fez seu melhor jogo do campeonato no último domingo, na vitória por 1 a 0
contra o Vasco, pela 21ª rodada do Brasileirão, mas mostrou ser cascudo para
aguentar um confronto mais travado e conquistar três pontos na individualidade.
A equipe de
Abel Ferreira não teve a preparação ideal, e isso é de suma importância de se
destacar. Depois do atraso no retorno da Colômbia, após golear o Deportivo Pereira
na Conmebol Libertadores, o time teve apenas sábado para treinar.
De fato, foi
difícil. Logo de cara, no gelado Allianz Parque, foi possível ver um Palmeiras
menos intenso, reflexo desse atraso durante a semana. Além disso, pelo menos no
primeiro tempo, o time de Abel, pouco inspirado, encontrou um Vasco bem
encaixado.
Com a força
máxima que tinha disponível, já que Zé Rafael estava suspenso, Abel escalou
Gabriel Menino e Richard Ríos, repetindo o meio-campo que foi bem contra o
Bolívar, na última rodada da fase de grupos da Conmebol Libertadores.
Esse setor
que é tão fundamental para a fluidez do time, porém, não fez um primeiro tempo
bom. Os dois não conseguiram encaixar transições da forma correta.
Defensivamente, deram alguns espaços, como no gol anulado do Vasco, onde
Paulinho teve tempo para pensar e chutar de longe. Na segunda etapa, Richard se
infiltrou mais, Menino achou suas tabelas, e ambos melhoraram.
Passado o
susto, o Palmeiras voltou a controlar o jogo, mas sem muita efetividade diante
de um Vasco que marcava, quando atacado, com uma linha de cinco. Seus
principais jogadores, como Dudu, Artur, Rony e Veiga, estavam abaixo, e a barreira
vascaína não foi vazada.
Só que esse
Palmeiras sabe que, quando a bola não entra com troca de passes ou jogadas
ensaiadas, como foi em dois dos golaços contra o Pereira, ou tentando abrir a
marcação adversária, a individualidade pode e tem que aparecer.
Depois de
arriscar um chute de fora da área, aquecendo seu pé esquerdo, Raphael Veiga
cobrou falta com perfeição para abrir o placar e marcar o único da partida.
Depois, ainda criou para o Verdão ampliar, mas ficou por isso. Quando precisou,
o craque palmeirense apareceu. Foi a noite dele.
Em noites
mais cansadas, como essa do último domingo, com o time ainda sentindo o
“jet lag” da viagem na última semana, o Palmeiras mostra que não
precisa exatamente vencer jogando o fino da bola. O individual pode e deve
aparecer.
Com essa
vitória na marra e com estrela, o Verdão segue sua busca pelo Botafogo, que
lidera o Brasileirão com onze pontos de vantagem para o Palmeiras.
No próximo domingo, o Palmeiras enfrenta o Corinthians, em Itaquera, pelo Brasileiro. Antes, na quarta, recebe o Deportivo Pereira, da Colômbia, pelas quartas da Libertadores.