Análise: Corinthians não consegue reagir e continua com perguntas sem respostas
Análise: Corinthians não consegue reagir e continua com perguntas sem respostas
Timão cria mais chances do que o América-MG, mas ainda assim é difícil encontrar evolução na equipe, que chega à quinta derrota nos últimos oito jogos.
Por Bruno Cassucci — São Paulo 06/07/2023 04h00 - Atualizado há 19 minutos
Mais uma vez
o Corinthians perdeu um jogo fora de casa – a derrota por 1 a 0 para o
América-MG, nesta quarta-feira, foi a sétima como visitante com Luxemburgo.
Novamente, saiu atrás no placar e não conseguiu reverter – a equipe não virou
nenhuma partida contra adversários de Série A em 2023. Como já virou rotina,
erros defensivos cobraram um preço alto ao Timão.
Alguns
problemas se repetem e, por mais que o clube siga vivo na Copa do Brasil, as
perspectivas para o restante da temporada só pioram pelo que se vê dentro e
principalmente fora de campo.
Sim, é
verdade que o Corinthians criou mais chances de gol do que o América – foram 18
finalizações alvinegras, 11 no alvo. Também está correto dizer que o goleiro
Mateus Pasinato foi o melhor em campo. Mas, considerando as limitações e o
recuo do adversário no segundo tempo, fica difícil encontrar evolução no Timão,
que chegou à quinta derrota nos últimos oito jogos.
Em dois meses à frente da equipe, Luxemburgo disputou 17 jogos e venceu só quatro, com aproveitamento de 31% dos pontos. Pior do que os números é a sensação de falta de rumo. Não há uma escalação ideal, nem um modelo de jogo claro.
O técnico,
vale ressaltar, não é nem de longe o principal culpado pela crise na qual o
Corinthians se enfiou. Basta lembrar que o time disputa a terceira fase da Copa
do Brasil com o terceiro comandante diferente. Ainda assim, o trabalho de Luxa
deixa algumas perguntas sem respostas:
Especificamente
no jogo dessa quarta há outros questionamentos. Um deles é por que liberar mais
Fábio Santos e segurar Fagner, em vez de fazer o contrário? Ou por que trocar
um volante pelo outro (Maycon no lugar de Fausto Vera) em vez de colocar um
jogador mais ofensivo para buscar o empate?
Na maior
parte do tempo, o Corinthians foi melhor do que o América-MG, embora tivesse
dificuldades criativas. Porém, o gol aos 30 minutos, em vacilo de Ruan Oliveira
na marcação pelo meio e falha ainda maior de Gil na perseguição a Juninho, foi
um duro golpe, que demorou a ser absorvido.
No segundo
tempo, o Timão melhorou, sobretudo após as entradas de Biro e Matheus Araújo,
aos 20. Criou diversas chances, boa parte delas pelos pés de Róger Guedes, que
pode ser fominha e cometer alguns erros, mas é um dos poucos a arriscar e
tentar algo diferente no ataque alvinegro. No entanto, a equipe finalizou muito
mal.
Em mais uma
noite triste para o torcedor corintiano, o volante Gabriel Moscardo foi um dos
poucos pontos positivos. Com qualidade para sair jogando e intensidade para
fechar espaços, o garoto de 17 anos mostrou que pode ser útil à equipe (caso
não seja vendido precocemente ao Zenit).
O Corinthians está vivo na Copa do Brasil e tem desafio até menos espinhoso do que nas outras fases, quando perdeu para Remo e Atlético-MG por 2 a 0 no jogo de ida. Para avançar à semifinal, porém, será preciso superar não só o América, mas também a crise dentro e fora de campo.