Análise: Corinthians reage no Brasileirão, mas caminho ainda é longo para o alívio
Análise: Corinthians reage no Brasileirão, mas caminho ainda é longo para o alívio
Timão voltou a vencer depois de nove rodadas; resultado positivo saiu no sufoco, diante de um domínio do Vitória em Itaquera.
Por José Edgar de Matos — São Paulo
Foram 37
dias de frustrações para a torcida do Corinthians. Mais de um mês depois da
última vitória, o público na Neo Química Arena voltou a comemorar na temporada.
Enfim, o Timão reagiu no Campeonato Brasileiro ao bater o Vitória por 3 a 2, no
sufoco, e somar o segundo resultado positivo na competição. Porém, em campo, o
caminho ainda é longo para a chegada do alívio e da paz.
Durante boa
parte dos 90 minutos, o Corinthians viu o Vitória atuar à vontade na arena, com
espaços e conforto com a bola nos pés. Entretanto, nesta quinta-feira, o
fundamental eram os três pontos, não importava como viriam.
A vitória
veio em dois aspectos: a qualidade de Rodrigo Garro nas finalizações e a
precisão de Giovane no fim, com a equipe sufocando o adversário nos minutos
finais. Para o duelo com o Vitória, valeu. Para a caminhada na competição,
ainda é pouco.
Afinal, o
primeiro resultado positivo no Brasileirão desde 28 de abril ainda não tira o
Corinthians da zona de rebaixamento. São 12 pontos somados e um longo trabalho
a se ajustar com o novo treinador, seja Fábio Carille ou Ramón Diaz.
A chegada de quatro reforços deve aumentar a capacidade de rodagem do elenco corintiano, que precisou novamente recorrer aos jovens para aguentar até o fim. Ryan, que não atuava havia quase quatro meses, precisou entrar na segunda etapa, por exemplo.
A partir da
chegada destes nomes, como o goleiro Hugo Souza, que esteve em Itaquera, o
Timão deve criar um norte para sair da situação desesperadora no Campeonato
Brasileiro. Começar a tomar este rumo mais aliviado, com uma vitória na
bagagem, é ainda melhor.
O resultado
aumenta o ânimo de um time ainda sem treinador para tentar embalar no
Brasileirão no próximo domingo, às 16h (de Brasília), diante do Cruzeiro. A
reação precisava começar de algum jeito, e veio de um “jeito Corinthians”.
No primeiro
tempo, as falhas de uma marcação permissiva reapareceram, mas o talento de
Garro compensou. Aos 25 minutos, depois de boa jogada trabalhada pela direita
entre Igor Coronado e Pedro Henrique, o argentino recebeu na entrada da área e
acertou belo chute para abrir o placar.
O gol
teoricamente daria tranquilidade e campo para o Corinthians jogar, mas a
instabilidade da equipe nos últimos tempos permitiu ao Vitória seguir
confortável em campo. O maior volume dos rivais resultou no empate aos 36
minutos, com Alerrandro aproveitando erro de Hugo para empatar.
O clima na
Neo Química Arena não se alterava, e Garro, que ainda errava muito as
tentativas de passe para conectar o ataque, reapareceu como finalizador. O
camisa 10 acertou um chutaço no ângulo do goleiro do Vitória e recolocou o
Timão em vantagem.
O conforto
pelo 2 x 1 não se refletiu em campo no retorno para o segundo tempo. Mesmo com
uma vitória a caminho, o Corinthians esteve ansioso, errando possibilidades de
contra-ataque e cedendo espaços perigosos ao time visitante.
O sufoco se
desenhava e tornou-se drama aos 40 minutos da segunda etapa, quando um ainda
frio Léo Maná, com poucos minutos em campo, tocou com a mão na bola e cometeu
pênalti. Na cobrança, Alerrandro igualou o placar e frustrou 37 mil pessoas na
arena.
O
inconformismo do público ao testemunhar a escapada de mais uma vitória terminou
somente nos pés de Giovane. Aos 49 minutos, não foi na técnica, mas na raça e
com apoio do torcedor. O jovem atacante aproveitou erro em corte da zaga,
dominou e afundou o pé esquerdo para assegurar a vitória.
Era o necessário a se fazer. Ganhar, independentemente da maneira. A partir de agora, com mais ar para respirar, o Corinthians pode começar a projetar dias melhores com a chegada de reforços e de um novo comandante.