Análise: Corinthians vive choque de realidade no Brasileiro, e António encara momento de maior pressão
Análise: Corinthians vive choque de realidade no Brasileiro, e António encara momento de maior pressão
Treinador português perdeu dois jogos seguidos pela primeira vez no clube e precisa promover correções para o time vencer no campeonato nacional.
Por José Edgar de Matos — São Paulo
A eliminação
precoce ainda na fase de grupos do Campeonato Paulista sugeria um Brasileirão
difícil, mas a sequência positiva no início de trabalho de António Oliveira
trazia confiança. Porém, em uma semana de Série A, a realidade bateu na porta
do Corinthians. Três jogos, nenhuma vitória ou gol marcado, e a parte baixa da
tabela à vista.
A derrota
por 1 a 0 para o Red Bull Bragantino, no Nabi Abi Chedid, neste sábado,
transportou o ambiente conturbado fora das quatro linhas para dentro de campo.
As vaias dos torcedores presentes como visitantes em Bragança Paulista trazem à
tona o momento de maior pressão de António Oliveira.
Pela
primeira vez desde a sequência de quatro derrotas seguidas que culminou na
demissão de Mano Menezes, o Corinthians volta a perder jogos consecutivos.
Naquela época, o Timão ainda perdeu o quinto jogo em sequência sob o comando de
Thiago Kosloski.
É o sinal de
alerta necessário para António, antes que o começo de Brasileirão gere uma
pressão insustentável para um clube machucado por temporadas ruins e atualmente
em meio a uma crise política.
Choque de
realidade
António
Oliveira procurou promover testes diante de uma equipe entrosada e com trabalho
consolidado. Os primeiros minutos soaram promissores diante da liberdade
encontrada por Rodrigo Garro, que no primeiro minuto deu bom chute para defesa
de Cleiton.
Entretanto,
o desentrosamento competitivo da equipe que estava em campo e erros técnicos
básicos rapidamente vitimaram o Corinthians. Da tentativa de pressão no setor
esquerdo, o Timão viu o Bragantino escapar com toques rápidos e mudar o lado da
jogada com velocidade.
Essa
velocidade pegou a equipe aberta do lado direito, com Matheuzinho longe da
cobertura e com Vitinho no mano a mano. O jogador do Bragantino conduziu a bola
com espaço e chutou com precisão para vencer Cássio, abrindo o placar com
apenas quatro minutos.
A
desvantagem obrigou o Corinthians a permanecer mais com a bola, porém os
conhecidos problemas de organização ofensiva reapareceram. Mesmo com Rodrigo
Garro bem e encontrando espaços, o Timão não fluía naturalmente com a bola nos
pés.
Para sair do
campo defensivo, as bolas esticadas eram solução. No campo de ataque, porém,
erros de passes limitavam a construção. Foram 53% de posse de bola nos
primeiros 45 minutos, mas nenhuma finalização clara para atrapalhar Cleiton,
que só trabalhou nos primeiros segundos com Garro.
O nível do
Corinthians melhorou na segunda etapa, mas insuficiente para a equipe sair do
interior paulista com pelo menos um ponto. Garro seguiu como a boa notícia,
assim como Wesley, que entrou e melhorou o desempenho do time pelo lado
esquerdo do ataque.
O Timão
chegou a balançar as redes em um passe preciso de Garro para Pedro Henrique. O
atacante, contudo, estava impedido. Era um recado de um time que mostrava
evolução, ainda que tímida.
Chances
evidentes foram poucas, talvez uma com Matheuzinho após cruzamento de Pedro
Henrique e um chute potente de fora da área de Fausto Vera. Foi insuficiente
para o Corinthians vazar o líder do Brasileirão e, enfim, comemorar algo nessa
edição.
António terá
ainda uma semana pela frente antes do jogo com o Fluminense, na Neo Química
Arena. Antes, tem viagem para a Argentina e jogo duro contra o Argentinos
Juniors pela Sul-Americana.
Neste meio
tempo, ainda terá a missão de blindar o elenco diante do clima bélico nos
bastidores do Corinthians. Afinal, segundo o presidente, nessa semana será
marcada pelas “mudanças em tudo”.