Análise: decisões questionáveis e derrota pós-pausa dão sensação de um Corinthians estacionado

Análise: decisões questionáveis e derrota pós-pausa dão sensação de um Corinthians estacionado

Comissão joga com time misto contra o Fortaleza, leva 2 a 1 e só não perde de mais por fatores de sorte (ou azar para Marinho); semifinalista da Sul-Americana, Timão não evolui.


Por Marcelo Braga — São Paulo

O Corinthians está a três passos de um título de Sul-Americana. Para conseguir uma taça, precisa passar pelo Fortaleza nas semifinais e, na decisão, em jogo único, vencer LDU ou Defensa y Justicia.

Mas, mesmo vivendo um momento que poderia ser de euforia, há poucos corintianos confiantes. Afinal, não há sinais de melhora. O Corinthians hoje é um time estacionado em suas ideias, como mostrou novamente na derrota por 2 a 1 para o Fortaleza, nesta quinta-feira, fora de casa.

A falta de crédito no Corinthians tem relação não apenas com o fraquíssimo futebol apresentado pela equipe de Vanderlei Luxemburgo, mesmo após a pausa da Data Fifa e os dias de treinamento. Mas também pela forma estranha como as coisas acontecem no time de Parque São Jorge.

Contra o Fortaleza, o técnico Vanderlei Luxemburgo optou por deixar jogadores importantes em São Paulo. Renato Augusto, a joia do time, foi preservado. Mesmo caso de Fagner, que está voltando de lesão, e Fábio Santos, para não se desgastar. Rojas, que voltou da Venezuela, não foi integrado.

Sem todos esses, e mais baixas como Maycon (suspenso) e Fausto (com dores), escalou um time misto diante do bom rival cearense, que o Timão vai rever em 12 dias, na Neo Química Arena, no primeiro duelo da semifinal da Sul-Americana.

Antes cartas fora do baralho, nomes como Pedro e Cantillo reapareceram do nada e, evidenciando um grupo desequilibrado, a comissão não teve 12 jogadores para compor o banco. Em vez disso, levou apenas dez, sendo dois goleiros. A opção foi não desfalcar mais o sub-20.

Diante do seu rival da semifinal, Luxemburgo testou um time novamente com três zagueiros (Bruno Méndez, Gil e Caetano), com laterais jovens (Maná e Bidu), um meio-campo mesclado (Moscardo, Giuliano e Ruan) e um ataque leve (Pedro e Yuri). Desequilibrado, o time só atacava pela esquerda, mas mesmo assim fez isso muito pouco. Superior, o Fortaleza abriu o placar ao roubar a bola na pressão.

Gil tocou na fogueira para Ruan Oliveira, que vacilou e viu Lucero abrir o placar. Numa bola parada, o Corinthians achou um gol, com Pedro. Mas na sequência quase foi castigado, num lance em que Marinho recebeu nas costas de Bidu, dominou com a ajuda do braço e marcou: o VAR anulou. Pochettino, em pancada no travessão, manteve o empate até a chegada do intervalo.

Luxemburgo conseguiu arrumar o time na segunda etapa, sacando Maná, lançando Wesley e apostando no 4-3-3 rotineiro. O Corinthians deixou o campo com 20 finalizações sofridas, contra apenas cinco a seu favor. Marinho sofreu pênalti bobo de Bidu, mas chutou para fora. Wesley, cara a cara com o goleiro, tentou dominar após passe de Matheus Araújo e perdeu o controle da bola.

Erros decisivos dos dois lados que poderiam manter o 1 a 1. Mas o Fortaleza, dando a real importância para o jogo, soube usar bem seu banco de reservas. Luxa também tentou com Mosquito e Romero (Cantillo também já havia entrado antes junto de Matheus Araújo), mas o Corinthians seguiu segurando um ponto só na vontade. E, no fim, em novo vacilo de Bidu, Yago Pikachu fez o 2 a 1.

A derrota, mais uma num Brasileirão que segue perigoso para o Corinthians, mantém o clube numa pontuação ainda próxima da zona de rebaixamento. Com 26 pontos, o Timão, segue na 14ª posição. Na segunda-feira, recebe o Grêmio na Neo Química Arena para fazer o jogo atrasado da 15ª rodada.

Em meados de setembro e depois de um período que poderia ser de qualificação para um time que vinha de um Dérbi fraco, o Corinthians parece não ter evoluído em nada. O tempo passou, e só.

Há uma sensação de desesperança que nada tem a ver com um time que pode ser campeão continental. Uma possiblidade real e até próxima, mas de completa descrença por parte do corintiano.

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