Análise: empate na estreia pode ser parâmetro positivo ou negativo para o Corinthians no Brasileirão
Análise: empate na estreia pode ser parâmetro positivo ou negativo para o Corinthians no Brasileirão
Timão consegue igualar forças com time mais qualificado tecnicamente, mas demonstra problemas mesmo jogando um tempo inteiro com um jogador a mais em campo.
Por Emilio Botta — São Paulo
Duas
análises distintas podem ser usadas para a estreia do Corinthians no Campeonato
Brasileiro. O empate sem gols contra o Atlético-MG, em jogo marcado pelo alto
número de cartões aplicados pelo árbitro, mostrou um time que brigou de igual
para igual diante de um dos candidatos ao título, mas também a deficiência de
não conseguir melhor resultado mesmo com um jogador a mais em campo.
Muito
provavelmente o campeonato que o Timão disputará não será necessariamente
contra o Atlético-MG, pelo menos no atual cenário que a temporada apresenta.
Apesar disso, o empate mostra que é possível igualar forças contra elencos com
mais opções e mais estruturados.
Em
contrapartida, o empate pode ser visto de forma negativa por ter sido um jogo
em casa e diante de mais de 42 mil pagantes. Além disso, o Corinthians atuou em
toda a segunda etapa com um jogador a mais em campo. Mas não conseguiu
pressionar a ponto de criar grandes chances de gols.
Ainda é
muito pouco para analisar como será a trajetória do Timão nas próximas 37
rodadas da competição, mas suficiente para deixar impressões distintas para o
torcedor se apegar. Será um time que conseguirá igualar as forças contra rivais
melhores e sofrer menos do que a temporada passada ou o time terá dificuldades
ao longo de todo o campeonato?
Isso apenas
o tempo irá responder. Até dezembro, muita coisa ainda vai acontecer.
– Os 20
clubes são candidatos se perguntar aos torcedores, as expectativas são altas.
Temos de gerir para não colocar em causa determinados projetos, vivemos uma
cultura imediatista, de resultados e isso não vai mudar – disse António
Oliveira, após o empate na estreia.
Intensidade
durou pouco
Foram 15
minutos de alta intensidade e marcação alta do Corinthians no primeiro tempo
contra o Atlético-MG. A estratégia proposta por António Oliveira surtiu efeito
não só ofensivamente, mas defensivamente – apesar de ter finalizado apenas em
falta cobrada por Rodrigo Garro.
Aos poucos,
o Atlético-MG conseguiu igualar o jogo e criar mais chances, muitas delas em
falhas individuais da defesa do Corinthians, em passes errados de Hugo e
Raniele. Com o jogo mais quente, Fagner, Raniele, Romero e Yuri Alberto levaram
cartão amarelo.
A
intensidade proposta inicialmente durou pouco. O Corinthians encerrou o
primeiro tempo com apenas 40% de posse de bola. Com quatro finalizações contra
três, o Atlético-MG teve gol de Saravia anulado na reta final do primeiro tempo
por impedimento.
Nos minutos
finais, Battaglia foi expulso e deixou o Timão com um a mais em campo.
Festival
de cartões
Pouco
acionado no primeiro tempo, Wesley foi a principal alternativa ofensiva do
Corinthians nos minutos iniciais da etapa final. O atacante quase marcou em
lance individual, mas parou em boa defesa de Everson.
Com um a
mais em campo, o Corinthians pressionou o Atlético-MG. António Oliveira mudou e
tentou potencializar a vantagem numérica com Matheuzinho, Pedro Raul, Igor
Coronado, Paulinho e Maycon, mas o cenário não mudou
A melhor
chance do Corinthians foi um chute de fora da área de Hugo, que assustou
Ederson. Nos minutos finais, Cássio fez grande defesa em falta cobrada por
Scarpa e evitou o gol que poderia ter dado a vitória ao Atlético-MG.
A
estatística que mais chamou atenção na partida foi o número de cartões: 16 ao
longo do jogo, sendo dez deles para o Corinthians. O técnico António Oliveira
acabou expulso após o apito final.