Análise: Endrick sente peso da falta de gols, mas tem evoluído no Palmeiras

Análise: Endrick sente peso da falta de gols, mas tem evoluído no Palmeiras

Garoto de 16 anos escondeu o rosto após ser substituído e Abel contou que ele chegou a chorar, apesar da boa atuação na vitória contra o Bragantino, no Allianz Parque.


Por Thiago Ferri — São Paulo 23/02/2023 04h00 - Atualizado há uma hora

Após ser substituído aos 14 minutos do segundo tempo da vitória do Palmeiras sobre o Bragantino por 2 a 0, nesta quarta-feira, Endrick cumprimentou Abel Ferreira e sentou-se no banco de reservas do Allianz Parque. Colocou o colete tampando o rosto e ficou assim durante boa parte do restante do confronto. Após o jogo, Abel Ferreira relatou que o centroavante chegou a chorar.

Até o começo deste ano, tudo na carreira do atacante de 16 anos foi meteórico: os números impressionantes na base, o destaque imediato quando subiu ao profissional na reta final do título brasileiro e a venda de quase R$ 400 milhões ao Real Madrid, em dezembro.

O camisa 16 “paga” pela expectativa criada por este currículo antes de virar profissional, a negociação com o Real e os bons jogos no fim de 2022. Mas seria natural oscilar, como vem acontecendo.

Ainda que os números desta temporada não o favoreçam, já que a análise simplista se resume a 10 jogos e nenhum gol, Endrick tem mostrado evolução.

Os primeiros jogos da temporada, de fato, não foram bons, mas já contra o Flamengo, na Supercopa, participou mais do jogo. Contra o Corinthians, passou a jogar como um segundo atacante pela esquerda e também foi bem, incomodando a defesa rival no 2 a 2 na Neo Química Arena.

Diante do Bragantino, Abel voltou a usá-lo como referência, com Rony pela direita e Dudu na esquerda. Endrick não deu nenhuma das oito finalizações da equipe no triunfo, mas preparou bem as jogadas, mostrou personalidade e fez um jogo físico, sem se intimidar contra a zaga da equipe do interior paulista.

Ainda há o que se melhorar, especialmente na movimentação quando seus companheiros estão com a bola. Na quarta, ele e Raphael Veiga não se entenderam em dois ataques que o Verdão tinha potencial e não conseguiu aproveitar.

A falta de gols fez com que se criasse um debate: será melhor tirar Endrick para colocar Giovani na equipe? Assim, o camisa 17, que vem entrando bem, ganharia uma chance, e Rony voltaria a jogar na posição em que se dá melhor: a de centroavante.

Tirar Endrick da equipe titular pode significar derrubar de vez a confiança do garoto. Seu desempenho nem tem sido ruim a ponto de ser necessária a mudança.

Uma opção que pode ser testada mais vezes por Abel é usá-lo como um segundo centroavante pela esquerda, com Rony na área. Para isso, teria de retomar a formatação do Dérbi, com Piquerez avançado e não fazendo a saída de três na defesa como de costume e Dudu aberto na direita.

Independente da escolha tática de Abel Ferreira, o técnico precisará ter cuidado com Endrick. Agora, é preciso dar confiança e continuar apostando nele. Mesmo durante o jejum, o garoto já reforçou ter talento. 

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