Análise: erros individuais brecam reação do Corinthians e tornam luta contra o Z-4 mais difícil

Análise: erros individuais brecam reação do Corinthians e tornam luta contra o Z-4 mais difícil

Timão suporta pressão do Botafogo, sofre gol com falha de marcação de Raniele, perde chance de empate com Romero e acaba sendo castigado com derrota que complica o cenário.


Por Emilio Botta — São Paulo

Depois de 26 rodadas disputadas, o Corinthians coleciona pontos perdidos por causa de erros individuais no Campeonato Brasileiro. No sábado, contra o líder Botafogo, no Rio de Janeiro, mais uma vez esse detalhe contribuiu para a 11ª derrota na competição.

A estratégia de Ramón Díaz era ao menos voltar com um ponto para São Paulo. Mas um drible desconcertante levado por Raniele, um pênalti desperdiçado por Romero e o azar de uma bola desviada em José Martínez sentenciaram mais um revés.

Sem ponto algum na bagagem, será preciso mais do que jogar bem para conseguir reverter a situação nas 12 rodadas finais. Se vencer o Internacional no complemento da rodada, por exemplo, o Cuiabá ultrapassa e joga o Timão para a penúltima colocação.

O Corinthians tem (mais um) jogo inegociável na próxima rodada do Brasileirão, quando recebe o lanterna Atlético-GO, na Neo Química Arena. É vencer ou vencer um concorrente direto e que está abaixo na tabela na luta contra o rebaixamento.

Antes disso, na terça-feira, visita o Fortaleza na ida das quartas de final da Copa Sul-Americana. O jogo é coadjuvante diante do desafio que segue sendo evitar o rebaixamento para a Série B em 2025.

Ataque contra defesa

Mesmo sem Cacá e Félix Torres, o Corinthians entrou em campo com a tradicional formação com três zagueiros para jogar fora de casa sob o comando de Ramón Díaz.

Coube a Caetano, que estava havia três meses sem atuar até entrar nos minutos finais no meio de semana, na Copa do Brasil, formar a linha de zagueiros ao lado de André Ramalho e Gustavo Henrique.

Matheuzinho entrou no lugar de Fagner, enquanto José Martínez e Raniele formaram a dupla de volantes, com Garro, Talles Magno e Romero na missão de dar fluidez ofensiva na clara proposta de contra-atacar o Botafogo.

O Corinthians suportou a pressão do Botafogo por 39 minutos.

Antes do gol de Luiz Henrique, Hugo Souza evitou outras cinco chances do time carioca. No lance do camisa 7, o goleiro não teve chance reação depois de Almada deixar Raniele no chão e rolar para Savarino, que deixou o atacante com o gol livre para abrir o placar.

 

Erro que custa caro

A reação alvinegra poderia ter sido imediata. No minuto seguinte, Matheuzinho sofreu pênalti em lance de velocidade dentro da área do Botafogo. Romero cobrou em câmera lenta e facilitou a defesa de Jhon, que evitou o empate.

Um time que luta contra o rebaixamento não pode dar ao luxo de apenas se defender, mesmo diante do líder do campeonato. Foram 14 finalizações do Botafogo e quase 60% de posse de bola do time que entrou em campo para jogar futebol no primeiro tempo.

Dois erros individuais custaram ao Corinthians um melhor resultado na primeira metade do jogo. Os mesmos erros que têm tirado pontos preciosos do clube o campeonato todo.

 

Mudança de camisa e de postura

Ramón Díaz voltou do intervalo abrindo mão da formação com três zagueiros. Héctor Hernández entrou no lugar de Caetano. Talles Magno deixou o campo para a entrada de Breno Bidon.

Outra mudança foi na camisa: depois de confusão no início do jogo, o Corinthians atuou o segundo tempo de camisa preta.

Todas as mudanças surtiram efeito e fizeram o Timão mudar de postura. Nos primeiros minutos do segundo tempo, a equipe controlou as ações e chegou em jogadas pelo alto com Héctor Hernández e em chutes de fora da área de Garro, Bidu e Bidon.

Aos 17 minutos, Rodrigo Garro fez o que se espera de um camisa 10. Em pênalti marcado sobre Raniele dentro da área, o meia pegou a bola e bateu para empatar a partida no Nilton Santos, confirmando a reação do time dentro da partida.

 

Balde de água fria

Mas a alegria durou pouco. Quatro minutos depois, Almada aproveitou sobra na entrada da área, limpou a marcação e contou com desvio em José Martínez para recolocar os donos da casa em vantagem.

O gol abateu o elenco nos minutos seguintes. Ramón Díaz promoveu a estreia de André Carrillo. Na sequência, mais mudanças: Pedro Raul e Igor Coronado entraram nos lugares de José Martínez e Romero. Mas nem mesmo os oito minutos de acréscimos dados por Anderson Daronco foram suficientes para uma mudança de panorama.

Será necessário errar menos nos 12 jogos restantes do Brasileirão. É isso ou o rebaixamento. 

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