Análise: goleada põe futuro do Corinthians em xeque e aumenta o olho do furacão

Análise: goleada põe futuro do Corinthians em xeque e aumenta o olho do furacão

Timão tomou 5 a 1 do Bahia, foi arrastado de volta à briga contra o rebaixamento e agora tem três jogos decisivos e uma eleição presidencial pela frente.


Por Arthur Sandes — São Paulo

São dias decisivos na história do Corinthians. A goleada por 5 a 1 sofrida em casa para o Bahia, na última sexta-feira, devolveu o Timão à luta contra o rebaixamento na véspera de uma eleição presidencial apertada.

A preocupação urgente volta a ser o risco de rebaixamento. Se antes a situação parecia virtualmente resolvida, agora são três jogos decisivos contra Vasco, Internacional e Coritiba. Os 44 pontos quase garantem a permanência, mas o desempenho contra o Bahia foi tão ruim que seria uma indecência ignorar as chances de cair.

Não foi à toa que o Corinthians saiu de campo vaiado e sob gritos de “time sem vergonha” por parte da torcida. O Bahia foi dominante, resolveu o jogo com três gols em 30 minutos e poderia golear antes do intervalo. O placar igualou a pior derrota alvinegra na história da Neo Química Arena, sofrida para o Flamengo em 2020.

Antes do jogo, Mano Menezes tinha prometido marcação mais próxima ao adversário, porque o Corinthians estaria dando “folga demais” ao adversário. Assim ele justificou o esquema com três zagueiros, com Fábio Santos pela esquerda, e Matheus Bidu mais à frente como ala.

Acontece que Rogério Ceni estava um passo à frente: escalou atacantes de mobilidade e bagunçou a defesa do Corinthians. Foi assim que Biel escapou e descolou o escanteio que criou o primeiro gol; depois Thaciano teve espaço para fazer o pivô no segundo gol; e no terceiro a marcação não encaixou em Biel, Gil chegou atrasado e fez o pênalti. Era um baile do Bahia.

O Corinthians levou 41 minutos para chutar uma bola a gol e só ameaçou qualquer coisa no segundo tempo, quando fez o gol de honra. Foi o suficiente para Mano arriscar substituições ofensivas, mas logo o Bahia puniu com mais dois gols.

A derrota obrigou o Corinthians a sair do estádio pedindo desculpas. Mano assumiu a responsabilidade, Cássio diz que a culpa é compartilhada com o elenco, e Duilio se resumiu a um pronunciamento.

– Não tenho dúvida que teremos um desempenho melhor (contra o Vasco, na terça-feira), porque é impossível fazer pior do que hoje (sexta-feira). Vamos apagar, em termos desportivos. Vamos carregar para a história, porque essas coisas sempre ficam marcadas, mas na terça-feira voltaremos a ser o Corinthians que fomos antes – prometeu Mano Menezes.

Fora de campo, o Alvinegro decide o próximo presidente em eleição neste sábado. Os bastidores estão quentes, com acusações de todos os tipos de ambas as partes e casos de polícia. A menos de 48 horas da votação, por exemplo, a sede do Corinthians foi alvo de um atentado a tiros. O contexto conturbado no futebol e na política mantém o clube no olho do furacão. 

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