Análise: irreconhecível, Palmeiras faz um dos piores jogos com Abel e sofre choque no Brasileiro
Análise: irreconhecível, Palmeiras faz um dos piores jogos com Abel e sofre choque no Brasileiro
Invicto na Libertadores, Verdão muda na Série A e ainda enfrenta dificuldades com duas vitórias, dois empates e agora duas derrotas, com os 2 a 0 para o líder Athletico.
Por Camila Alves — São Paulo
Eram 49
minutos do primeiro tempo quando Raphael Veiga recebeu a bola das mãos de
Endrick, posicionou-se para a cobrança e, como se o cronômetro parasse por
segundos, viu o goleiro Bento fazer a defesa. Foi assim, com os pés na área do
Athletico, que o Palmeiras viveu a virada de chave na derrota por 2 a 0 na
Arena Barueri.
Irreconhecível,
acumulou erros – coroados pelo gol contra de Gustavo Gómez -, fez uma das
piores partidas sob o comando de Abel Ferreira e sofre choque no Campeonato
Brasileiro.
A equipe
parece até mudar de personalidade entre a Série A e a Libertadores – onde está
invicto.
De seis
partidas do Brasileiro, por sua vez, o Verdão conseguiu apenas duas vitórias –
contra Vitória e Cuiabá -, dois empates e duas derrotas. O time tem três gols
marcados, enquanto no ano passado, por exemplo, havia feito 16 nesse mesmo
momento da competição (passadas seis rodadas).
Na Arena
Barueri, Abel Ferreira acionou a equipe com mudanças nos três setores: Luan na
vaga de Murilo (suspenso), Zé Rafael na de Aníbal Moreno – com trauma no olho e
mais duas semanas de recuperação – e Rony na de Lázaro, por opção técnica.
A equipe
investiu principalmente nas triangulações pela direita com Estêvão, Veiga e
Endrick, e tinha Gabriel Menino auxiliando na saída de três para deixar Mayke
mais livre nesse mesmo lado. Apesar do plano, o resultado terminou sendo uma
equipe exposta e sofrendo contra-ataques por dificuldades no momento de
recomposição.
Aos 49
minutos, chegou a chance de abrir o placar, quando Veiga cobrou pênalti e o
goleiro Bento defendeu. Bastou esse lance para o Athletico puxar o
contra-ataque, conseguir a falta em uma entrada desnecessária de Endrick e
fazer o gol com Pablo: 1 a 0.
Abalou o
time do Palmeiras e daí para frente, ainda que o histórico desse uma esperança
diferente, não houve mais volta.
O Palmeiras
voltou sem mudanças do intervalo, chegou ao ataque de fora da área e aos 11
minutos Abel foi para o tudo ou nada: acionou Flaco López no zagueiro Luan e
Lázaro em Rony. Mayke, Gómez e Piquerez, portanto, passariam a fazer a linha de
três zagueiros, com Lázaro e Estêvão como alas.
Mal deu
tempo para a tentativa: dois minutos depois, Gómez tentou o corte no chute de
Cuello e mandou contra o próprio gol.
– Não
adianta estar aqui arrumando justificativas. Nosso adversário transitou muito
bem, aproveitou nossos erros de passe. Para mim o momento do jogo é o pênalti –
disse o técnico, ao ser questionado sobre as mudanças.
Para Abel
Ferreira, pesou no final das contas o cansaço. A reação pós-perda de bola foi
ruim, intensificada pelo desfalque de Aníbal Moreno, o pouco ritmo de Zé Rafael
e o fato de Gabriel Menino não ter a mesma capacidade de defesa de Mayke nos
momentos de recomposição.
Depois de
seis partidas invicto na temporada, o Palmeiras volta a sofrer uma derrota e
agora precisará recuperar o rumo perdido para o próximo compromisso:
Independiente del Valle, às 21h30 da quarta-feira, no Allianz Parque, pela
Conmebol Libertadores.