Análise: nova formação expõe time, mas classifica Palmeiras às quartas do Paulistão
Análise: nova formação expõe time, mas classifica Palmeiras às quartas do Paulistão
Abel Ferreira aciona dois zagueiros e nova formatação no meio de campo, sofre com investidas nas laterais, mas conquista virada por 3 a 1 e tira pontos positivos.
Por Camila Alves — São Paulo
Bastaram 14
minutos para a rede balançar na Arena Barueri, mas o gol do Mirassol – marcado
em uma falha defensiva do Palmeiras – não ditou o resultado final. Com uma nova
formação e empurrado pela torcida, Abel Ferreira viu o time exposto pelas
laterais até mudar a estratégia para conquistar a virada por 3 a 1, com a
classificação antecipada às quartas de final do Paulistão.
As mudanças
na escalação aconteceram em meio aos testes no Estadual e pelo elenco à disposição:
Gustavo Gómez está lesionado e Raphael Veiga voltou após desfalcar nos últimos
dois jogos por uma infecção ocular. Assim, Abel abriu mão de um zagueiro na
linha de três.
O Palmeiras,
portanto, começou a partida em uma espécie de 4-5-1 ou 4-2-3-1, que sofreu
modificações de posicionamento ao longo do confronto.
Após
Weverton no gol, Rocha, Murilo, Luan e Piquerez formaram a linha de quatro,
Richard Ríos e Aníbal Moreno a dupla na cabeça de área, Endrick (na direita),
Raphael Veiga (no meio) e Zé Rafael (na esquerda) a linha de três, e por fim
Flaco López na referência.
As subidas de Rocha e Endrick abertos pela direita, porém, deixaram a equipe exposta, sofrendo maior parte das investidas do Mirassol por esse lado. Havia ainda uma dificuldade de conciliar a criação e a marcação, com Veiga no meio, mas Zé Rafael e Endrick em polos opostos, com a obrigação de criar e recompor para marcar.
E o
resultado disso eram espaços abertos pelas pontas, e a bola pouco chegando para
Flaco López no ataque. Uma dificuldade reconhecida por Abel Ferreira ao fim da
partida.
– O Zé tinha
uma função: fechar por fora e atacar por dentro. Ele com bola faz as mesmas
funções de um segundo volante crescido, ele é o 8. Mas sem bola, fecha por
fora. Uma coisa é jogar uma linha de 5 com três zagueiros, ou dois zagueiros e
um lateral ou dois laterais. Outra é com Zé de um lado e Endrick do outro, é mais
difícil – iniciou o técnico.
– Acho que
nos expusemos demais, às vezes querer ser extremamente ofensivo, e foi o
adversário que mais nos trouxe dificuldades, mas vou analisar como sempre faço
e ver se há aspectos que podemos e devemos melhorar – completou.
O Mirassol
abriu o placar aos 14 minutos após escanteio e uma falha de marcação de Murilo
na disputa com Chico Kim, e Abel precisou mudar a estratégia pelo lado direito.
Aos 24, Aníbal aproveitou cruzamento de Luan para empatar, a virada saiu aos 14
do segundo tempo em pênalti de Veiga e aos 44 – acionado do banco – Breno Lopes
selou: 3 a 1.
Apesar das
dificuldades na recomposição, há de se considerar que o Paulista é o período
para testes com Abel e pode-se tirar pontos positivos da vitória: o ímpeto de
reação da equipe, o desempenho de Weverton – bem após a falha no clássico -, o
desencanto de Aníbal – com o primeiro gol – e a melhora na mira do time: de
nove finalizações, oito foram no alvo e três no gol.
Para manter
a formação em outras oportunidades, ajustes ainda serão necessários. A vitória,
porém, é importante para acalmar o ambiente após o empate com o Corinthians e
também pela classificação antecipada às quartas de final.
O Palmeiras
entra em campo novamente às 19h30 da quarta-feira, no Canindé, diante da
Portuguesa, em confronto atrasado pela quinta rodada do Paulista.