Análise: Palmeiras assume risco com reservas, tem mais sorte que juízo e ponto deve ser celebrado
Análise: Palmeiras assume risco com reservas, tem mais sorte que juízo e ponto deve ser celebrado
Verdão arranca empate do San Lorenzo na Argentina em partida complicada e de muitos erros.
Por Eduardo Rodrigues — São Paulo
O ponto
conquistado pelo Palmeiras na quarta-feira, diante do San Lorenzo, na
Argentina, pela estreia da Conmebol Libertadores, deve ser muito comemorado
pelo Verdão.
De olho na
final do Paulistão no próximo domingo, contra o Santos, Abel Ferreira deixou a
maioria dos titulares em São Paulo e entrou com uma equipe inteira reserva. E o
Palmeiras que começou o confronto estava irreconhecível.
A derrota
parcial no primeiro tempo só não foi mais desastrosa graças ao goleiro Marcelo
Lomba.
A desatenção
dos jogadores e a falta de entrosamento eram nítidas, e o San Lorenzo passou a
empilhar chances claras. Aos 19 minutos, uma cobrança de escanteio encontrou o
zagueiro Romaña sem marcação dentro da área para abrir o placar.
Desorganizado,
o Verdão se lançou ao ataque e deu de cara com o problema que passaria a
atormentar a equipe por quase toda a partida: os contra-ataques.
Cada descida
do clube argentino era um desespero para os marcadores alviverdes. Sorte que
Lomba estava inspirado e fez pelo menos três boas defesas no primeiro tempo.
Com o goleiro evitando o pior, o Palmeiras até conseguiu crescer no fim da primeira etapa, mas a melhora realmente aconteceu no segundo tempo. Abel Ferreira esperou apenas oito minutos para colocar dois titulares em campo.
Piquerez e
Flaco López entraram nas vagas de Vanderlan e Caio Paulista, respectivamente.
Seis minutos
mais tarde foi a vez de Aníbal Moreno e Luis Guilherme saírem do banco de
reservas. A partir daí, o Verdão tomou conta da posse de bola e conseguiu ter
tranquilidade pela primeira vez no duelo para armar jogadas.
Mas assim
como os erros defensivos, os ofensivos também apareceram. Rony teve uma chance
aos 15 minutos após toque de calcanhar de Flaco López e isolou quase dentro da
pequena área. Aos 27, Gustavo Gómez cabeceou por cima após falta. Parecia que a
noite não terminaria bem.
Com mais
sorte do que juízo, o Palmeiras deixava inúmeros espaços e via o San Lorenzo
pecar na frente do gol. A bola no travessão de Herazo bateu na linha e voltou.
A grande chance de Bareiro cara a cara com Lomba foi isolada.
E como diz o
famoso e antigo ditado no futebol “quem não faz, toma”, o time
argentino tomou. Aos 35 minutos, Piquerez cobrou uma falta com categoria e
conseguiu o empate que por alguns momentos pareceu improvável.
O Verdão até
teve outras chances de virar o confronto, mas o ponto conquistado já estava de
bom tamanho por todas as nuances que o jogo apresentou.
Agora, com
os titulares descansados e o moral elevado após um empate suado e disputado, o
Palmeiras chega para domingo para provar que as oscilações neste começo de
temporada é um mero acaso e que a equipe continua com a mesma gana de erguer
taças de outrora.
Depois de
perder por 1 a 0 para o Santos no jogo de ida, na Vila Belmiro, o Palmeiras
precisa vencer por um gol para levar a decisão aos pênaltis ou por dois ou mais
de diferença para ser campeão.