Análise: Palmeiras avança com domínio nos 180 minutos e dá bons sinais na Libertadores
Análise: Palmeiras avança com domínio nos 180 minutos e dá bons sinais na Libertadores
Verdão foi melhor que o Atlético-MG tanto na ida quanto na volta do confronto que deu a vaga nas quartas de final da Conmebol Libertadores. Equipe cresce na busca pelo tetracampeonato.
Por Thiago Ferri — São Paulo
O
palmeirense mais ressabiado certamente ficou tenso até o fim do empate em 0 a 0
com o Atlético-MG, nessa quarta-feira, pelo risco de um gol do rival levar as oitavas
de final da Conmebol Libertadores para os pênaltis. Mas o que se viu no Allianz
Parque foi um jogo de cenário parecido com o da ida: domínio alviverde na maior
parte do tempo.
Se nos
encontros com o Galo nas Libertadores de 2021 e 2022, o time de Abel Ferreira
teve momentos em que foi realmente acuado e até dominado, ao longo dos 180
minutos desta edição foi a melhor equipe no confronto. A classificação,
inclusive, poderia ter vindo com mais facilidade.
Depois da
vitória por 1 a 0 no Mineirão, o Palmeiras criou no Allianz Parque para ir ao
vestiário no intervalo vencendo até por 2 a 0. O Atlético-MG não trouxe perigo
nenhum a Weverton, e Artur desperdiçou as duas chances mais claras do Verdão.
Com a mesma escalação da partida de ida, o time alviverde ainda teve Dudu limitado por um problema na panturrilha, que fez o camisa 7 usar menos as jogadas de velocidade e cadenciar mais o jogo. Para compensar, Rony muitas vezes saía do comando de ataque e ia para a ponta esquerda, ajudando na recomposição.
Diferentemente
da partida de ida, Raphael Veiga não teve espaço para jogar nas costas dos
volantes do Atlético-MG, mas ainda assim o Palmeiras encontrava caminhos para
chegar ao gol de Éverson, especialmente pelos lados do campo. Quando o time de
Felipão tentava responder, Zé Rafael liderava a grande exibição defensiva do
time.
Após três
dos quatro tempos já disputados nas oitavas de final, o Verdão tinha amplo
domínio sobre o rival. Mas por não ter liquidado a fatura quando teve chances,
o segundo tempo ficou mais tenso (embora também controlado) do que se imaginava.
Com a
entrada de Igor Gomes, o Atlético-MG conseguiu ao menos trocar mais passes,
ainda que sem incomodar Weverton. A posse de bola, que no primeiro tempo chegou
a ser de mais de 60% para o Palmeiras, virou e passou ser maior para o Galo na
etapa final.
E Abel não
mudava o Verdão. Tendo menos a bola e sem pernas para tomar as melhores
decisões em contra-ataques, o time levou a decisão ao limite. Aos 30 minutos do
segundo tempo, Paulinho teve a grande chance da equipe mineira nos 180 minutos,
mas finalizou para fora.
Quando
chegou ao fim de jogo, e o árbitro deu seis minutos de acréscimos, entrou o
espírito copeiro de um time que já ganhou duas vezes a Libertadores. No momento
que se esperava o maior abafa atleticano, o Palmeiras ficou com a bola e
cozinhou a partida até garantir sua classificação.
O Verdão
poderia ter tido vida mais tranquila se finalizasse melhor, mas ao longo das
oitavas de final deu bons sinais, especialmente na defesa, que foi muito segura
e cedeu muito pouco ao adversário.
Enquanto o
Palmeiras teve 19 finalizações no Allianz Parque, sendo sete no alvo e duas que
obrigaram Éverson a fazer defesas difíceis, o Atlético-MG finalizou seis vezes.
Nenhuma no gol.
Se o banco
de reservas não inspira confiança, tanto que Abel Ferreira só foi fazer as trocas
já no fim da partida, os 11 iniciais mostram que o Verdão é um forte candidato
ao título da Libertadores.
E agora
enfrentará um adversário de menor tradição: o Deportivo Pereira, da Colômbia,
que eliminou o Independiente del Valle, do Equador.
A meta até
lá tem de ser deixar os titulares nas melhores condições físicas possíveis, já
que alguns ainda não estão 100%, como o próprio Zé Rafael e Dudu. Mas é uma
classificação que encorpa o Palmeiras na busca pelo tetra.