Análise: Palmeiras erra muito, leva chacoalhão e sente na pele o que precisa para não “passar vergonha”
Análise: Palmeiras erra muito, leva chacoalhão e sente na pele o que precisa para não "passar vergonha"
Verdão começou bem a final, mas desandou e sofreu derrota justa para o Água Santa.
Por Thiago Ferri — São Paulo 03/04/2023 04h00 - Atualizado há 5 horas
A final do
Campeonato Paulista vinha sendo tratada por muitos como uma mera formalidade.
Mas o Palmeiras sentiu na pele que não será assim: neste domingo, em uma tarde
com exagerados erros, o atual campeão perdeu para o Água Santa por 2 a 1,
sofreu o primeiro revés no ano e saiu atrás na decisão. Abel Ferreira já
avisou: ou reverte no Allianz Parque ou virá uma “grande vergonha”.
Um cenário
que parecia ser surpreendente levando em conta os primeiros minutos de jogo na
Arena Barueri. Com Breno Lopes no lugar de Bruno Tabata, lesionado, o Verdão
começou a partida bem, dominando as ações. Durante boa parte do primeiro tempo,
a decisão era ataque contra defesa.
Empurrado
por boas defesas do goleiro Ygor Vinhas, o Água Santa passou a encontrar
espaços com o decorrer do primeiro tempo para incomodar em contragolpes.
Muitos deles, a partir de erros do próprio Palmeiras, como no fim do primeiro tempo, quando Zé Rafael tentou um drible e gerou a chance que deu escanteio para o time de Diadema (SP) abrir o placar. Na cobrança, também, a marcação em Bruno Mezenga não foi boa.
Ir ao
intervalo com a desvantagem no placar era injusto pelo desempenho até então. A
etapa inicial ainda foi de domínio palmeirense, apesar do 1 a 0 para o Água
Santa.
Mas depois
do intervalo, o roteiro mudou. O Verdão empatou logo aos sete minutos, com
Endrick (primeiro gol dele no ano), e o que se esperava ser o ponto para o time
de Abel Ferreira retomar o controle na verdade teve efeito contrário.
A pressa
para tentar a virada desorganizou o Palmeiras, que passou a ser frequentemente
incomodado. Os números mostram isto: foram 15 finalizações alviverdes contra 13
do Água Santa na Arena Barueri.
Não
bastassem os espaços na marcação, o Verdão errou passes demais. Foi em uma
invertida errada de Marcos Rocha (com o pé esquerdo), que o Água Santa fechou o
placar em 2 a 1, já aos 47 minutos do segundo tempo.
Muitos
méritos ao time de Diadema, que fez uma grande partida e mereceu o placar. Mas
há um sinal de alerta ao Verdão, que se nos primeiros minutos conseguiu
envolver e dominou como em seus melhores momentos de Paulista, na etapa final
mostrou desorganização e concedeu chances como nos piores momentos neste início
de 2023.
O discurso
forte de Abel, falando em evitar uma grande vergonha, é um recado claro para
mostrar mais uma vez que o título paulista não virá sem esforço, mesmo
enfrentando uma equipe que nem tem calendário nacional.
Domingo que
vem, no Allianz Parque, o Palmeiras precisará vencer por pelo menos dois gols
de diferença para ser bicampeão (vitória pela vantagem mínima leva a decisão
aos pênaltis).
O espírito
terá de ser parecido com o da goleada por 4 a 0 sobre o São Paulo na decisão
passada, em que teve que reverter o 3 a 1 na ida. Se não estiver pilhado, no
auge técnico, esperar o resultado só pela diferença para o Água Santa pode
render outra frustração – e esta com repercussão ainda pior.