Análise: Palmeiras melhora com trocas e vence na resiliência, mas ainda está longe de jogar bem
Análise: Palmeiras melhora com trocas e vence na resiliência, mas ainda está longe de jogar bem
Depois de um primeiro tempo fraco, time cresceu na etapa final e deixou impressão melhor do que os últimos dois jogos sem gols. Resultado ajuda a corrigir problemas com mais tranquilidade.
Por Thiago Ferri — São Paulo
O Palmeiras
voltou para São Paulo com uma importante vitória, na base da resiliência. Como
já aconteceu em outros momentos da era Abel Ferreira, a equipe foi premiada por
não desistir e garantiu o triunfo por 2 a 1 sobre o Criciúma com o gol já nos
acréscimos. Um resultado melhor do que o desempenho.
Tomando como
base os últimos três jogos (empates sem gols com Botafogo-SP, San Lorenzo-ARG e
a vitória desse domingo), houve uma evolução, especialmente a partir das trocas
no segundo tempo. Mas o time ainda está longe de jogar bem.
Sem Abel
Ferreira, João Martins e Vitor Castanheira, todos suspensos, o auxiliar Carlos
Martinho manteve o Palmeiras com uma escalação similar à do empate com o San
Lorenzo, com mudanças no ataque: sem Endrick, Rony foi escalado como titular, e
Rômulo entrou no lugar de Luis Guilherme.
Assim como na Libertadores, o time teve posse de bola, mas muitas dificuldades para entrar na área adversária. Forçou o jogo pelo lado direito, com Raphael Veiga, Estêvão e Marcos Rocha, mas a marcação dos donos da casa prevaleceu.
O Verdão até
foi para o intervalo com um número maior de finalizações, mas muitas delas
bloqueadas e no fim do primeiro tempo o Criciúma foi mais perigoso. Como nos
dois jogos anteriores, o time era lento na troca de bola, sem criatividade e
burocrático. Além de tudo, deu sustos nas transições rápidas da equipe
catarinense.
A saída foi
voltar para o segundo tempo já com mudanças. Lázaro e Luis Guilherme
substituíram Estêvão, que fez um jogo apagado, e Rômulo, escalado como ponta
esquerda.
Destaque
como meia no Novorizontino, o camisa 20 tem atuado desde que chegou ao
Palmeiras pelos lados do campo. Ele está acostumado a jogar assim também, mas
tem faltado à comissão técnica usá-lo mais por dentro, especialmente com a má
fase de Veiga.
Os novos
pontas deram ao Verdão mais volume de jogo, com Rony movimentando-se bastante
no comando de ataque. E o time, enfim, começou a trocar mais passes, virando
melhor o jogo, sem depender tanto de ligação direta para chegar na frente.
As chances
claras, contudo, seguiam escassas. O pênalti convertido por Gustavo Gómez
parecia abrir o caminho para o Palmeiras, mas a equipe cometeu um vacilo no
lance seguinte e levou o empate quase imediatamente. Bolasie ainda poderia ter
virado logo depois, não fosse um milagre de Weverton.
Aí entra a
força mental, citada pelo auxiliar de Abel na entrevista pós-jogo. Fora de
casa, em um momento adverso do jogo, o Verdão continuou tendo mais bola e
movimentando-a melhor, tentando o segundo gol. Ele veio já nos acréscimos, com
Lázaro.
Vencer fora
de casa é sempre muito bem-vindo no Brasileirão, e para o Palmeiras o resultado
é ótimo diante do momento de instabilidade.
Há pontos
positivos do segundo tempo, especialmente na postura quando teve a bola. Nos
últimos jogos, o time teve mais dificuldades para jogar pelos lados do campo e
parou com as viradas para balançar a defesa rival. Isto foi visto em maior
escala depois do intervalo.
Mas ainda
falta. Abel Ferreira tem opções para tirar um desempenho melhor e ganha dez
dias com treinos para aperfeiçoar o desempenho. Com a vitória, o técnico tem
mais tranquilidade para resolver os problemas que vêm se acumulando no Verdão.