Análise: Palmeiras supera erros para vencer, lidera o Paulista e tira lições para novo clássico
Análise: Palmeiras supera erros para vencer, lidera o Paulista e tira lições para novo clássico
Após problemas defensivos e na criação, Verdão muda formação para avançar pelas laterais e bate a Portuguesa por 2 a 0; equipe se prepara para reencontrar São Paulo, em clássico do domingo.
Por Camila Alves — São Paulo
Se
dependesse do desempenho no primeiro tempo, o Palmeiras deixaria o Canindé sem
ver as redes balançarem. Pouco encontrou espaços, acumulou falhas e problemas
na pontaria – com cinco de 18 finalizações no alvo ao final. Mas os ajustes na
formação do time, com a ajuda da expulsão no rival, ajudaram o Verdão a superar
erros para vencer a Portuguesa por 2 a 0.
O Palmeiras
entra em campo novamente às 20h do domingo, no Morumbis, diante do São Paulo e
buscando garantir a liderança na classificação geral – que é importante para os
mandos de campo nos mata-matas. Os dois rivais se enfrentaram no começo de
fevereiro, na final da Supercopa Rei.
Abel
Ferreira fez somente uma mudança na escalação em relação à partida anterior,
contra o Mirassol: o lateral-esquerdo e atacante Caio Paulista entrou no lugar
do volante Richard Ríos.
Assim, a equipe se movimentou entre um 4-3-3 e um 3-5-2, com Piquerez fazendo o terceiro zagueiro na linha defensiva durante o primeiro tempo.
O meio de
campo ganhou uma aparência positiva, mas o time começou lento, sem conseguir
romper a linha de cinco da Portuguesa, sem acionar os lados e com uma saída de
bola que pouco funcionou com Murilo centralizado e Piquerez de lado. Por pouco
a Lusa não abriu o placar, inclusive, contando com vaciladas de Weverton e da
defesa, mas o primeiro tempo terminou 0 a 0.
No segundo
tempo, Abel Ferreira “fez o mesmo, mas diferente”, como descreveu o
próprio treinador.
Abriu mão da
saída de três e assumiu Piquerez como lateral oposto a Rocha, com ambos
escapando pelas pontas e na esquerda contando com a dobra em Caio Paulista –
esse mais avançado.
A expulsão
do atacante Victor Andrade, da Portuguesa, aos 14 minutos do segundo tempo,
facilitou as investidas e até as mudanças que estavam programadas – de Estêvão
e Lázaro – foram suspensas. Seis minutos depois, Rocha cruzou na área, Caio
Paulista desviou e Flaco López abriu o placar: 1 a 0.
As mudanças
que vieram a seguir foram justamente para avançar nas laterais: Lázaro em
Endrick, Rony em Zé Rafael e Richard Ríos em Caio. Gabriel Menino veio mais
tarde, na de Aníbal Moreno, e terminou sendo decisivo, marcando o segundo gol e
incendiando a disputa entre os volantes.
– O próprio
treinador disse: há dinâmicas que tentamos implementar e isso requer tempo –
explicou Abel Ferreira, sobre os novos testes na escalação.
– No meio de
campo temos quatro muito competitivos e um que está a morder o calcanhar que é
o Fabinho. Isso que eu quero. Bons jogadores e opções de fora pra entrar. Os
que entraram acrescentaram mais dinâmica – concluiu o treinador.
De positivo,
o Palmeiras tira a formação do meio de campo – ainda que não em seu melhor
desempenho – e a entrada de Lázaro, que só havia jogado 10 minutos e saiu do
banco na quarta-feira para deixar uma boa impressão, com duas boas chances nos
24 minutos que teve de jogo.
De alerta
negativo, está a falta de concentração – que abre espaço para falhas pouco
usuais neste Verdão – e novamente a pontaria, que havia sido saldo positivo
diante do Mirassol, e contra a Portuguesa o problema voltou a aparecer: só
cinco de 18 no alvo, duas terminaram em gol.
Para o
clássico de domingo, será preciso mais.
O Palmeiras
igualou as demais equipes em número de jogos – uma vez que o duelo com a
Portuguesa era atrasado pela quinta rodada – e agora lidera a classificação
geral, com 24 pontos. Manter o posto é crucial para garantir os eventuais
mata-matas como mandante nas decisões.