Análise: Palmeiras volta a ser Palmeiras e sufoca rival para abrir vantagem na Libertadores
Análise: Palmeiras volta a ser Palmeiras e sufoca rival para abrir vantagem na Libertadores
Vitória sobre o Atlético-MG precisa ser comemorada, principalmente pela retomada da postura do time multicampeão nos últimos anos; torneio é a grande chance de mais um título.
Por Emilio Botta — GE São Paulo
O Palmeiras
que venceu o Atlético-MG por 1 a 0, na noite de quarta-feira, no Mineirão,
pelas oitavas de final da Conmebol Libertadores, é completamente diferente do
time que há menos de um mês era eliminado pelo São Paulo nas quartas de final
da Copa do Brasil.
A falta de
reação foi a grande marca da derrota no clássico e de uma desclassificação que
parecia ser o início de uma crise técnica. Exatos 19 dias após o revés por 2 a
1 no Allianz Parque, o Palmeiras voltou a ser o Palmeiras.
O primeiro
tempo do duelo no Mineirão foi a repetição de uma cena que o Palmeiras cansou
de exibir ao longo dos últimos anos sob o comando de Abel Ferreira. Seguro
defensivamente, o Verdão também controlou, pressionou e sufocou o Atlético-MG.
Com Raphael
Veiga, Dudu e Rony comandando o ataque, o Palmeiras parecia estar jogando em
casa e ignorando qualquer equilíbrio que marcou os últimos dez jogos contra o
Galo antes do jogo de ida das quartas de final da Libertadores.
A pressão
palmeirense surtiu efeito aos 28 minutos. Raphael Veiga aproveitou sobra na
entrada da área para bater no canto de Everson e abrir o placar. E a diferença
da primeira etapa poderia ter sido ainda maior. Com amplo domínio e diante de
um Atlético-MG atordoado, o Palmeiras desperdiçou diversos ataques e a chance
de ir para o intervalo com uma ampla vantagem.
Com menos
intensidade e mais cauteloso, o Palmeiras do segundo tempo mostrou uma outra
versão característica do time comandado por Abel Ferreira: a frieza. Com menos
posse de bola, o Verdão sofreu mais com os ataques do Atlético-MG e as mudanças
de Felipão em busca de um novo panorama da partida.
Enquanto
isso, o Palmeiras teve o campo mais aberto para explorar o contra-ataque. Abel
mexeu. Dudu e Artur saíram. Mayke virou ponta com Jhon Jhon, com Rony avançado
e Raphael Veiga com maior liberdade para vir de trás. Faltou mais organização
do que chance para ampliar o placar.
A grande
oportunidade palmeirense no segundo tempo foi aos 37 minutos, mas Jhon Jhon não
conseguiu aproveitar o campo aberto e acabou sendo desarmado antes da
finalização. No último minuto, em falta cobrada pelo camisa 40, Alan Kardec
acertou a trave do Atlético-MG e quase fez gol contra na tentativa de corte.
O Palmeiras
conseguiu recuperar outro ponto positivo: a solidez do sistema defensivo, que
praticamente não sofreu ao longo do jogo disputado no Mineirão. Se não levar
gols no confronto da volta, o Verdão estará nas quartas de final da Conmebol
Libertadores.
A janela
fechou. O Palmeiras não contratou. O clube segue precisando de peças pontuais,
isso é inegável, mas Abel Ferreira tinha razão quando cobrou a recuperação do
auge físico dos seus principais jogadores e disse que o principal reforço para
a sequência temporada estava dentro do próprio clube: o Palmeiras voltar a ser o
Palmeiras.