Análise: pontuação do Corinthians preocupa, mas pior ainda é a falta de ideias
Análise: pontuação do Corinthians preocupa, mas pior ainda é a falta de ideias
Derrotado por 1 a 0 pelo Bragantino, Timão parece regredir em organização e não se aproveita nem mesmo da força da Arena; equipe sofre para criar jogadas e até mesmo segurar a bola.
Por Bruno Cassucci — São Paulo 02/07/2023 18h33 - Atualizado há 13 horas
O
Corinthians tem apenas 12 pontos em 13 jogos no Brasileirão. Percorrido um
terço do campeonato, a situação alvinegra preocupa e não se pode ignorar o
risco de rebaixamento. Porém, pior do que os resultados e a atual posição na
tabela é a falta de ideias da equipe.
Foi assim na
derrota por 1 a 0 para o Bragantino, neste domingo, na Neo Química Arena. Com
problemas defensivos e muito pouco criativo na frente, o Corinthians teve
atuação apática e frustrou as mais de 42 mil pessoas que acordaram cedo para ir
a Itaquera.
Após dois
meses de trabalho de Vanderlei Luxemburgo, o time, além de não apresentar
evolução, parece regredir em alguns aspectos.
Por mais que
tivesse problemas, durante o Campeonato Paulista o Corinthians fez boas
partidas. Venceu o São Paulo fora de casa, jogou de igual para igual com o
Palmeiras, e foi superior ao Santos em empate na Vila Belmiro. Havia conceitos
claros: aproximação entre jogadores pelos lados do campo, viradas de jogo,
participação ofensiva dos laterais…
Obviamente, não era um primor de time, tanto é que a diretoria entendeu que era necessário trocar o comando após a 17ª partida na temporada. Mas havia uma forma de jogar, um norte, algo que não se enxerga agora.
Quando tem a
bola, o Corinthians parece não saber como levá-la ao ataque. Diante do
Bragantino, a aposta foi em lançamentos longos para Yuri Alberto e Róger
Guedes, que em muitos momentos ficavam isolados e sem opção de passe.
Com muitos
desfalques, Luxemburgo armou um tripé no meio de campo. Gabriel Moscardo ficou
à frente da zaga, tendo à frente Ruan Oliveira pela direita e Maycon pela
esquerda. No ataque jogaram abertos Guilherme Biro e Róger Guedes – distante da
área, como já avisou que não gosta de atuar, o camisa 10 rendeu pouco.
Mesmo em
casa, o Corinthians não conseguiu se impor e nem mesmo reter a bola. A equipe
terminou o primeiro tempo com apenas 34% de posse e menos da metade dos passes
trocados pelo Bragantino (127 x 302).
Se
ofensivamente o time era pobre, defensivamente também havia problemas. Gabriel
Moscardo recuava demais em alguns momentos, Maycon tinha que se deslocar para
cobrir as costas de Róger Guedes, e abria-se um buraco na intermediária. Foi
numa dessas situações que Gil saiu para dar o combate, e o Bragantino explorou
o espaço nas costas do zagueiro para abrir o placar.
A pressão
que já era grande ficou ainda maior sobre o Corinthians, que ainda não virou
nenhum duelo contra times da Série A em 2023.
Na etapa
final, Luxemburgo colocou Murillo na lateral esquerda e, assim, liberou Fagner
para apoiar mais. Além da mudança tática, o técnico trocou peças, e o Timão
teve uma ligeira melhora, mas não o suficiente para chegar ao empate.
Estatísticas de Corinthians x
Bragantino
Posse de
bola: 42% x 58%
Finalizações:
12 x 10
Finalizações
no alvo: 4 x 5
Passes
completos: 303 x 447
Passes
incompletos: 102 x 105
Desarmes: 23
x 24
Dribles: 6 x
3
Faltas
cometidas: 15 x 18
Escanteios:
4 x 2
Impedimentos:
5 x 1
Falta muita
coisa ao Corinthians: intensidade, combatividade, criatividade, coordenação
defensiva… e agora o time não consegue se aproveitar nem mesmo da força da
Arena. É preciso reagir. E rápido.