Análise: quatro boas notícias e um alerta que a “estreia” do Corinthians em 2023 deixa

Análise: quatro boas notícias e um alerta que a "estreia" do Corinthians em 2023 deixa

Timão joga bem diante do fraco Água Santa e vence por 3 a 0, na Neo Química Arena, em noite que Yuri Alberto e Róger Guedes brilharam, mas houve outros destaques.


Por Bruno Cassucci — São Paulo 19/01/2023 04h00 - Atualizado há 3 horas

Nem parecia o mesmo Corinthians do último domingo. Com reforços importantes e diante de um adversário bem mais frágil do que o Bragantino, a equipe de Fernando Lázaro finalmente “estreou” na temporada na vitória por 3 a 0 sobre o Água Santa, na Neo Química Arena.

Se as críticas depois da primeira rodada do Paulistão foram desproporcionais, agora também não há motivo para euforia. Porém, a atuação da última quarta-feira deixou boas notícias para o torcedor corintiano. Quatro delas se destacam:

 

1 – Aproximações e inversões

É óbvio: a entrada de Renato Augusto acrescenta qualidade na criação e mais controle de bola ao Corinthians. O camisa 8 atuou aberto pelo lado esquerdo, recebendo o apoio constante de seus companheiros, que se aproximavam para oferecer opções de passe.

A escalação indicava um 4-3-3, mas o que se viu foi a manutenção do 4-4-2 com um losango no meio de campo. Em vez de atuar pelo lado direito, como se imaginava, Adson ficou centralizado, mas com mobilidade. Quando a bola ia para as pontas, ele se deslocava para participar do jogo.

 

O Corinthians conseguiu em alguns momentos atrair o Água Santa pela esquerda, com tramas entre Renato, Fábio Santos, Maycon e Adson e, rapidamente, virar o jogo, pegando a defesa adversária desprotegida. É a tal “ligação de corredores” que os técnicos falam, e que ficou nítida no primeiro gol.

 

2 – Participação ofensiva dos laterais

Esse item tem ligação direta com o anterior. Quando o Corinthians tinha a bola na esquerda, Adson e Du Queiroz se aproximavam, arrastando defensores e abrindo um corredor muito bem explorado por Fagner.

O apoio do lateral-direito é uma arma que o Timão não só pode como deve explorar e que foi subaproveitada em momentos recentes.

Isso foi potencializado diante do Água Santa pela fragilidade do lado esquerdo da defesa do time de Diadema. O titular Rhuan foi expulso na primeira rodada, e o reserva, Patrick Brey, machucou o joelho. Assim, o zagueiro Anderson Prestes teve de ser improvisado no setor.

Fábio Santos também ajudou no ataque, mas sendo menos incisivo do que Fagner.

 

3 – Combinação dos atacantes

Que Róger Guedes e Yuri Alberto se dão bem juntos a gente já sabe desde o ano passado. Mas há motivos para acreditar que, com maior entrosamento, a dupla pode funcionar ainda melhor nesta temporada.

O esquema com que Fernando Lázaro começa 2023 parece potencializar a parceria, já que deixa os dois mais próximos quando o Timão tem a bola.

Guedes tem mais responsabilidade defensiva, tendo que recuar para fechar o lado esquerdo da defesa, mas fica solto para se deslocar quando o Corinthians retoma a posse.

Diante de uma defesa que ofereceu pouca resistência, os centroavantes deitaram e rolaram. Dois gols para Róger Guedes e duas assistências e uma bola na rede para Yuri. 

Yuri Alberto e Róger Guedes comemoram gol do Corinthians contra o Água Santa — Foto: Marcos Ribolli

4 – Boa dinâmica no meio

Com Maycon como primeiro volante, o Corinthians teve velocidade e qualidade na saída de bola, algo que não aconteceu diante do Bragantino.

Du Queiroz também esteve em noite inspirada, com desarmes importantes e participação no início de dois gols. Não à toa ganhou um longo abraço de Fernando Lázaro em uma das comemorações.

Quando se recuperar da entorse no tornozelo direito, Fausto Vera deve retornar ao time titular. Resta ver como Fernando Lázaro vai encaixar as melhores peças que tem.

 

Um alerta

Mesmo não tendo sido vazado, o Corinthians apresentou problemas defensivos, sobretudo no primeiro tempo.

O Água Santa conseguiu finalizar 15 vezes, mais até do que os donos da casa, que tiveram 14.

Um dos ajustes necessários envolve Adson, que atacou pelo centro, mas defendeu pela direita. Quando ele perdia a bola, o lado de Fagner ficava desprotegido. Se a recuperação da posse não for imediata, é preciso haver uma compensação de outros jogadores para cobrir o setor.

Balbuena, que teve atuação ruim na estreia, também começou mal nessa quarta-feira, mas foi evoluindo ao longo da partida.

Na etapa final, o Corinthians se fortaleceu defensivamente. Primeiro, Renato Augusto foi deslocado um pouco para o centro, e Róger Guedes voltou mais para marcar. Depois, Fernando Lázaro colocou fôlego novo na equipe, que ganhou em pegada no meio.

É só o segundo jogo da temporada e há bastante margem de crescimento para o Corinthians. O time não é tão ruim quanto pareceu no domingo, nem tão soberano quanto o placar elástico de Itaquera pode fazer parecer.

Sábado já há novo compromisso, contra a Inter de Limeira, fora de casa, às 18h30, e é normal que haja oscilações neste início de temporada, ainda mais com tão pouco tempo para treinar e recuperar os atletas fisicamente. 

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