Análise: reforços pedidos por Ceni se destacam, e São Paulo começa a ter a cara do treinador
Análise: reforços pedidos por Ceni se destacam, e São Paulo começa a ter a cara do treinador
Seis dos sete jogadores contratados para 2023 estiveram na virada contra a Ferroviária; David e Méndez foram muito importantes na construção da primeira vitória no Paulistão.
Por Eduardo Rodrigues — São Paulo - 20/01/2023 04h00 Atualizado há 4 horas
Rogério Ceni
pediu, insistiu e conseguiu a contratação de David, ex-Internacional. A vontade
do treinador era tanta em contar com o atacante que com apenas dois treinos ele
foi titular na última quinta-feira, diante da Ferroviária, pelo Paulistão.
Resultado:
gol de David após dez meses de seca, abrindo o caminho para a virada do
Tricolor. A convicção de Ceni estava certa, e o São Paulo começa a ter a cara
do seu técnico.
Para esta
temporada, a diretoria deu carta branca para que Ceni decidisse quem saía e
quem chegava no elenco. Até o momento, foram 12 saídas – podendo aumentar para
13 com um possível empréstimo de Walce – e sete contratações (além dos retornos
de empréstimo de Liziero e Orejuela).
Rogério Ceni
teve participação ativa em todas as negociações. Não à toa que todos já tiveram
minutos em campo em 2023. Gabriel Neves, por exemplo, que chegou antes da
contratação do treinador, ainda não foi nem sequer relacionado.
Na última quinta-feira, Além de David, o goleiro Rafael, o volante Méndez, o zagueiro Alan Franco e o atacante Wellington Rato começaram no time titular. Quase meio time de caras novas. Pedrinho entrou no segundo tempo para ratificar como o São Paulo vai criando uma nova identidade.
Essa
reformulação visa principalmente aumentar a velocidade da equipe. Uma das
principais queixas do técnico durante todo 2022 era a falta de jogadores que
pudessem mudar o ritmo da partida. Agora, ele tem isso de sobra.
Contra a
Ferroviária, David entrou na ponta esquerda, na vaga de Pedrinho, e teve alguns
lampejos. Por ter feito apenas dois treinos, era nítida a falta de entrosamento
com os demais companheiros. Mesmo assim, conseguiu tirar o São Paulo do sufoco
com um gol aos oito minutos do segundo tempo.
Quando David
cansou, Ceni olhou para o banco de reservas e viu algo que até a temporada
passada era inimaginável: outro jogador de velocidade. Pedrinho foi acionado e
colocou mais correria na partida.
E outra vez
a estrela do técnico brilhou. Após uma bela jogada de Pedrinho pela esquerda,
ele cruzou para a área, Calleri desviou de cabeça, e Galoppo, um velho
conhecido da torcida, virou o placar.
O atacante
poderia ter feito o terceiro em uma arrancada nos minutos finais em um
contra-ataque, mas foi bloqueado na hora do chute e perdeu grande chance.
Mas nem
tudo é velocidade…
As
contratações pedidas por Ceni não foram só visando a velocidade. A técnica
também foi algo analisado, e o São Paulo parece ter acertado na escolha de
Jhegson Méndez.
O volante
equatoriano estreou na quinta-feira e parecia que já conhecia os companheiros
há algum tempo. Méndez comandou o meio de campo com instruções e sem medo de
dar passes verticais e lançamentos longos.
O primeiro
gol, inclusive, saiu após o jogador arriscar um passe por cima para Igor
Vinicius cruzar na cabeça de David. As primeiras impressões do equatoriano são
de que ele chega para ser titular absoluto no esquema do treinador.
Mas ainda é
cedo para análises mais profundas do elenco que vai se montando após um empate
em casa e uma vitória no sufoco contra uma equipe que disputa a quarta divisão
do Brasileirão.
No entanto,
agora Rogério Ceni pode ter o grupo nas suas mãos e fazer aquilo que conseguiu
no Fortaleza, quando moldou a forma de jogar ao seu gosto.