Análise: Santos é freado por suas limitações, mas está próximo da Série A 2024
Análise: Santos é freado por suas limitações, mas está próximo da Série A 2024
Sem criação no meio de campo e com dificuldades na saída de bola, o Peixe foi presa fácil para o São Paulo na Vila Belmiro; ponto conquistado em casa foi importante para o objetivo final do clube.
Por Yago Rudá — Santos
O atual
Santos tem uma característica curiosa: joga melhor fora de casa do que como
mandante na Vila Belmiro.
No domingo,
contra o São Paulo, ao lado de sua torcida, o Peixe não foi bem. Fez uma
partida de muita entrega na marcação e somente isso, nada mais. Por sorte ou
por incompetência do rival, foi o suficiente para somar mais um ponto no
Brasileirão e ganhar fôlego na briga contra o rebaixamento.
O Peixe
terminou a 34ª rodada na 14ª colocação com 42 pontos ganhos – cinco a mais do
que o Cruzeiro – o primeiro dentro da zona, mas que ainda tem dois jogos
pendentes em relação aos demais.
Se olharmos
para a tabela, o crescimento do Santos é notável. São seis jogos de
invencibilidade, três partidas seguidas sem sofrer gols – algo impressionante
para uma equipe que tinha sido vazada em 21 rodadas consecutivas – e o sétimo
melhor time do returno.
Se olharmos para o rendimento da equipe, a história é outra. No clássico do fim de semana, o Santos voltou a tropeçar em suas próprias limitações – e são várias. A saída de bola com Joaquim e Messias é lenta, previsível e de fácil marcação. Com a dupla, o goleiro João Paulo é muito acionado, mas quase sempre para um chutão.
Sem
conseguir trocar passes na defesa, a bola chega em dificuldade aos meias, que
praticamente não conseguem criar. A solução é apostar nos talentos individuais
de Soteldo e Marcos Leonardo. Foi com o venezuelano, inclusive, que o Peixe
criou suas melhores chances no clássico.
O elenco tem
suas limitações e, como já dito após o jogo diante do Goiás, o Santos não fará
jogos de encher os olhos a quem o vê. O torcedor precisa estar ciente de que,
daqui até o fim do ano, o jogo coletivo será de entrega, muita correria,
embates físicos e carrinhos no meio de campo.
É por isso,
inclusive, que a equipe tem se saído melhor como visitante do que como
mandante. Afinal, a grande força deste time está nos contra-ataques em
velocidade – situação de jogo que é mais fácil de ser realizada longe de seus
domínios. Em casa, quando precisa propor o jogo, o Peixe desmonta.
Seja na base da raça ou não, o Santos está – aos trancos e barrancos – muito próximo de sua salvação. Resta apenas mais uma vitória em quatro jogos.