Análise: São Paulo de Dorival mostra mudanças, mas legado de Ceni é decisivo em reestreia

Análise: São Paulo de Dorival mostra mudanças, mas legado de Ceni é decisivo em reestreia

Antigo treinador bancou Rafael e acabou com o rodízio no gol, e o goleiro foi o grande nome da vitória por 3 a 0 sobre o América; Alisson, outra peça de Ceni, deu assistência.




Por José Edgar de Matos — São Paulo 23/04/2023 04h00 - Atualizado há um dia

Dorival Júnior chegou ao São Paulo pregando poucas mudanças para a reestreia. A aposta em seguir o legado de Rogério Ceni se mostrou certeira, especialmente pelo fator Rafael. O goleiro bancado pelo ex-treinador tricolor e ídolo se mostrou decisivo e foi o grande personagem da vitória por 3 a 0 sobre o América-MG, sábado, no Morumbi.

Embora o placar elástico indique facilidade ou até domínio, o goleiro contratado nesta temporada e que acabou com rodízio no gol do São Paulo terminou como o grande destaque. Foram quatro defesas excepcionais para Dorival sair com os três pontos neste primeiro jogo.

Além de Rafael, Alisson foi outro legado do treinador anterior a aparecer bem na primeira exibição de Dorival Júnior. Graças a um cruzamento certeiro do camisa 7, Calleri apareceu de cabeça para fazer o segundo gol e encaminhar o resultado positivo.

O legado de Rogério Ceni foi algo exaltado pelo próprio Dorival Júnior. Na primeira entrevista, o treinador disse que faria poucas mudanças diante do América. Porém, alguns ajustes foram diferentes neste sábado.

A começar pela saída de duas peças constantemente escaladas por Rogério Ceni: Méndez e Wellington Rato. O equatoriano sequer entrou em campo, enquanto o meia-atacante ganhou minutos na etapa final de jogo.

Na vaga dos dois, Dorival Júnior procurou reforçar o meio-campo com a volta de Luan e a inserção de Pablo Maia para um esquema com dois meio-campistas de mais “pegada” no losango proposto com Michel Araújo como meia mais próximo a Calleri e Luciano, além de Rodrigo Nestor pela esquerda.

Sem a bola, o São Paulo se fechou por muitas vezes em duas linhas de quatro atletas, com o uruguaio abrindo pela esquerda. Essa estratégia defensiva deu muito certo no início, quando o time teve fôlego para pressionar alto e atrapalhar o América.

Porém, conforme o time visitante se encaixou, o São Paulo enfrentou muitos problemas. O meio-campo acabou muito exposto, especialmente pelas laterais. Raí Ramos e Patryck tiveram pouca cobertura e sofreram defensivamente com Everaldo e Matheuzinho.

Foi aí que Rafael apareceu. O goleiro parou o América-MG quatro vezes, em lances que visivelmente abalaram a confiança do time mineiro. As finalizações imprecisas contrastaram com um São Paulo extremamente eficiente desde a primeira etapa.

Depois de uma pressão bem sucedida, Luciano arriscou de fora da área e contou com um desvio na zaga para abrir o placar aos 21 minutos. Na segunda etapa, quando o América-MG se mostrava perto do empate e parava em Rafael, um contra-ataque definiu o jogo.

Aos 37 minutos do segundo tempo, Alisson cruzou na cabeça de Calleri para ampliar o marcador. A vitória foi sacramentada nos acréscimos, com um erro incrível de Ricardo Silva que terminou com gol de Marcos Paulo.

O resultado foi enganoso, muito acima do que o jogo se apresentou. Mas Dorival, querendo aproveitar o trabalho do antecessor, teve amostras de algumas peças que seguem como fundamentais.

A começar pelo gol, setor tão conhecido por Rogério Ceni, que não hesitou em promover Rafael como titular e sepultar o rodízio estimulado durante parte da temporada passada. Foi um bom começo, muito pela noite iluminada do camisa 23. 

Dorival Júnior estreou com vitória importante sobre o América-MG — Foto: Marcos Ribolli

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