Análise: São Paulo mostra o pior e o melhor no último jogo antes do mata-mata do Paulistão

Análise: São Paulo mostra o pior e o melhor no último jogo antes do mata-mata do Paulistão

Desatenção e previsibilidade dos primeiros 45 minutos são alerta para um time que conseguiu boa resposta no segundo tempo para virar o jogo para 3 a 1 contra o Botafogo-SP.



Por José Edgar de Matos — São Paulo 06/03/2023 04h00 - Atualizado há 5 horas

O São Paulo da primeira fase do Campeonato Paulista possui pontos bem positivos, como a superação dos muitos lesionados para terminar com a terceira melhor campanha da competição. Porém, em um momento de afunilamento, o aspecto negativo deve ser observado: as oscilações de desempenho podem custar caro a Rogério Ceni e companhia.

Por isso, o Tricolor do primeiro tempo do duelo contra o Botafogo-SP, no último domingo, tem grandes chances de ser punido no mata-mata. O do segundo, por outro lado, pode levar a equipe adiante. A vitória por 3 a 1, em Ribeirão Preto, premiou uma reação com personalidade após um começo ruim.

Os comandados de Rogério Ceni começaram o duelo como uma equipe lenta, previsível e desatenta. Tal desempenho foi visto em outras ocasiões neste Paulistão. O São Paulo de 2023 oscila nos jogos, e nem sempre conseguirá responder como neste domingo.

Em uma decisão de 90 minutos, desatenção e previsibilidade podem ser fatais. O primeiro grande teste sobre este ponto será no próximo fim de semana contra o Água Santa, como mandante, pelas quartas de final do Paulistão, em jogo único. Ceni e elenco terão uma semana para corrigir os erros.

No primeiro tempo, Nathan falhou nos minutos finais ao dominar uma bola, e um São Paulo desarrumado sofreu um gol relâmpago. O cruzamento a partir do roubo de bola sobre o lateral encontrou Robinho livre, nas costas de Alan Franco, para cabecear para o gol.

O São Paulo, a partir do início traumático, se recompôs e teve a bola. Teve muito a bola. A posse ultrapassou os 70% durante a primeira etapa, mas só dois lances arrancaram alguma emoção do torcedor: chutes de Luan e Galoppo, ambos defendidos por Matheus Albino.

O Tricolor insistiu muito por um centro congestionado e pouco acelerou a jogada na região mais próxima do gol do Botafogo-SP. Os problemas eram evidentes e obrigaram Rogério Ceni a mudar no intervalo, colocando dois jogadores com velocidade para explorar as pontas.

As entradas de David e Welington mudaram o time. Demorou três minutos para o São Paulo se mostrar outra equipe, criando duas chances. Sem ser ameaçado desde o gol, o Tricolor começou a se impor e dominar o jogo. A reação, diante desta resposta, parecia algo natural.

O empate saiu com Luan, em chute de fora da área que, desta vez, superou o goleiro adversário. O lance foi gerado por Welington, o melhor em campo e quem trouxe algo diferente ao São Paulo. O rebote do volante saiu após cruzamento do camisa 6.

Welington deu volume e explorou a velocidade para superar com tranquilidade a marcação do Botafogo pelo setor esquerdo. O ala só foi parado na base da falta. No caso, pênalti. Galoppo, que nunca perdeu uma cobrança na carreira, virou a partida para o São Paulo.

A partir de então, um Botafogo que mal ameaçava se tornou ainda mais frágil. O São Paulo mantinha a posse de bola dominante, mas agredia, incomodava. O resultado definiu-se após outra bola parada, com cruzamento de escanteio certeiro de Rodrigo Nestor para Juan cabecear para o gol.

A imagem final é positiva. O São Paulo superou desfalques e a repercussão do caso Pedrinho para sair com a terceira melhor campanha do Paulistão. A primeira amostra, entretanto, é um alerta evidente a uma semana do início do mata-mata. 

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