Análise: São Paulo tem atuação preocupante e evolução trava sob o comando de Dorival
Análise: São Paulo tem atuação preocupante e evolução trava sob o comando de Dorival
Tricolor faz jogo ruim em empate sem gols com o Tolima e repete velhos problemas do time.
Por Eduardo Rodrigues — São Paulo 03/05/2023 04h00 - Atualizado há 6 horas
O São Paulo
teve a pior atuação sob o comando de Dorival Júnior no empate por 0 a 0 com o
Tolima, na última terça-feira, pela terceira rodada da fase de grupos da Copa
Sul-Americana. É preocupante a dificuldade que o treinador tem enfrentado para
fazer o time evoluir, embora na entrevista ele tenha dito o contrário.
Após a
classificação na Copa do Brasil, contra o Ituano, imaginou-se que a equipe
tomaria um rumo diferente nas suas atuações, tão questionadas sob o comando de
Rogério Ceni. No entanto, os dois últimos jogos apresentaram os mesmos
problemas: falta de organização, objetividade e erros individuais.
Diante do
Tolima, essas dificuldades ficaram ainda mais evidentes. Sem mudar o esquema de
jogo 4-4-2, mas com pequenas alterações no time, como as entradas de Alan
Franco, Michel Araújo e Marcos Paulo no time titular, pareceu por alguns
instantes que o São Paulo nunca tinha jogado dessa maneira.
Os erros de passes se acumulavam. As chances criadas pareciam ser por um acaso, e não por jogadas trabalhadas. Aos 24 minutos, o Tricolor criou a melhor (e única) oportunidade clara do primeiro tempo, com Michel Araújo, mas a bola desviou no meio do caminho e impediu que o placar fosse aberto. Aos 37 minutos, Caio Paulista até arriscou de fora da área, mas bola foi por cima do gol.
E foi só.
A etapa
final começou pior do que a primeira – por incrível que pareça – e foi melhorar
somente aos 22 minutos, quando Luciano saiu (após mais um jogo ruim do
atacante) e Juan entrou. No primeiro lance do centroavante no jogo, ele teve a
chance de marcar na grande área, mas parou no goleiro Vargas.
Com Nestor
articulando as jogadas e Wellington Rato mais aberto pela direita, as jogadas
começaram a sair com mais facilidade. E neste momento a falta de objetividade
apareceu. O São Paulo se mostra uma equipe pouco capaz de facilitar as jogadas
e se perde no preciosismo.
Aos 38
minutos, a última chance caiu nos pés justamente de Juan, e ele novamente
desperdiçou. O garoto ficou com a bola na marca do pênalti, mas não teve a
calma de um veterano e viu sua finalização ser desviada.
Os 90
minutos diante de uma equipe que não vence há sete jogos, sendo cinco derrotas
e dois empates, e que não levou nenhum perigo ao gol de Rafael, é preocupante e
deixa ainda mais dúvidas sobre a capacidade que esse elenco tem para a
temporada.
Mudar o
treinador ainda não surtiu qualquer efeito dentro de campo. Fora dele as coisas
podem até estar mais tranquilas e em harmonia, mas isso não ganha jogo. Falta
mais atenção e entrega de jogadores em muitas ocasiões.
No próximo
domingo, às 16h, no Morumbi, Dorival terá talvez o seu adversário mais
complicado desde que assumiu o clube. O Internacional, quarto colocado do
Brasileirão, com sete pontos ganhos, vem de duas boas vitórias no torneio –
Flamengo e Goiás – e é um desafiante que pode tirar o elenco da inercia ou dar
um novo fôlego para a evolução.