Análise: soma de erros coloca Palmeiras em crise, mas há tempo e margem para recuperação

Análise: soma de erros coloca Palmeiras em crise, mas há tempo e margem para recuperação

Com Brasileirão quase impossível, Verdão ainda tem Libertadores para brigar por título.


Por Felipe Zito — São Paulo 17/07/2023 04h00 - Atualizado há 11 horas

O Palmeiras de Abel Ferreira tinha como marcas importantes o controle emocional e o poder de decisão. Tinha, no passado, porque uma soma de erros de vários pontos da estrutura atual do clube colocam hoje a equipe em uma crise que poderia ser inimaginável até pouco tempo. Mas o desempenho contra o Inter, mesmo que longe de brilhante, pode ser o início de uma recuperação.

O empate no Beira-Rio, em termos de resultado, piorou ainda mais a situação da equipe no Campeonato Brasileiro e prolongou a sequência sem vitórias no mês de julho – são três empates e duas derrotas em sequência. Mas em alguns momentos foi possível imaginar a possibilidade de futuro não muito distante com maior empolgação e esperança de dias melhores.

Mesmo com o Inter mais no ataque no primeiro tempo, Weverton trabalhou bem apenas uma vez, em cabeçada de Vitão. A chance mais clara do jogo todo caiu nos pés de Raphael Veiga, que surpreendentemente prolongou seu momento ruim com um chute inexplicável por cima do gol defendido por John.

Na segunda etapa, com um time novamente seguro com Gómez e Murilo na zaga e com Zé Rafael comandando o meio de campo, o Verdão controlou o jogo dentro das suas limitações atuais, que incluem pouca criatividade, quase nada de individualidade e erros importantes de finalização.

Cara a cara com John, Gabriel Menino desperdiçou boa chance de abrir o placar. Depois, Murilo cabeceou quase na pequena área para boa defesa do goleiro do Internacional. Jhon Jhon, que se apresenta como uma alternativa para uma armação mais inspirada, também tentou em finalização rasteira.

Após o jogo, Gómez e Abel Ferreira voltaram a falar com a imprensa e encerraram a tal “Lei do Silêncio”, protesto criado pela diretoria que nada mudou e nada vai mudar para o Palmeiras.

O que pode – e deve – mudar é a contratação de um volante para suprir a saída de Danilo, que já era esperada desde a metade do ano passado e não houve capacidade de reposição até o momento.

Com mais opções, Abel poderia rodar o elenco e não forçar o grupo ao limite, como ele mesmo admitiu em entrevista coletiva após o empate com o Inter. E poderia também buscar mais variações e não seria tão dependente de atletas importantes que hoje vivem período de baixa técnica, casos de Raphael Veiga, Rony e Dudu.

O momento não é bom, mas o Palmeiras está longe de ter sua temporada encerrada. É verdade que o Brasileirão virou objetivo quase impossível, mas há muito em jogo ainda por causa de uma velha conhecida do grupo palmeirense: a Conmebol Libertadores.

Referência na América do Sul, o Verdão segue como candidato a ser um dos finalistas. E, o mais importante no cenário atual, tem tempo para trabalhar até os confrontos contra o Atlético-MG, que serão disputados nos dia 2 e 9 de agosto.

Até lá, com a segurança defensiva apresentada em parte do jogo em Porto Alegre, com uma maior concentração no ataque, e com Abel, atletas e diretoria recuperando a sintonia que batizou a atual geração como uma das mais vitoriosas da história do clube, é possível voltar a ter esperança. O ano ainda não acabou, mas é necessário entender, reconhecer e corrigir os erros.

Inter x Palmeiras, Abel Ferreira — Foto: Cesar Greco/ Palmeiras

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *