Análise: vitória no clássico dá alívio a Corinthians em construção, mas pressão final liga alerta
Análise: vitória no clássico dá alívio a Corinthians em construção, mas pressão final liga alerta
Timão conseguiu vencer o São Paulo por 2 a 1 no Morumbi, encerrou tabu de 11 jogos, mas má atuação na etapa final levanta questionamentos.
Por Marcelo Braga — São Paulo 30/01/2023 04h00 - Atualizado há 5 horas
Fernando
Lázaro conseguiu seu primeiro grande feito como técnico efetivo do Corinthians.
A vitória por 2 a 1 contra o São Paulo, que encerrou um jejum de quase seis
anos da equipe sem vitória dentro do estádio do Morumbi, foi um resultado
enorme. Com uma “meia atuação” de alto nível do Timão.
Meia
atuação, pois o Corinthians só jogou um tempo.
Bem
escalado, o Timão passou pelos minutos iniciais de pressão do São Paulo,
colocou a bola no chão, triangulou e chegou a dois gols quando conseguiu fazer
suas individualidades aparecerem. Primeiro, Renato Augusto achou Fagner, que
cruzou para o gol de Adson. Depois, Róger Guedes fez grande jogada e serviu
novamente o meio-campista alvinegro.
Num primeiro
tempo de manual, o Timão agrediu, marcou forte, teve em Roni um símbolo de
determinação, viu Cássio trabalhar quando foi preciso, apresentou as suas
ideias e foi um time sólido e seguro. Com 2 a 0 a favor, porém, parou de jogar
na etapa final e não levou o empate por pouco.
– O objetivo
não era ficar defendendo o resultado, mas não conseguimos (jogar). Faz parte, é
o contexto, sai o gol na reta final, dá o combustível. Mas estou satisfeito com
a cronologia do jogo – disse o treinador em entrevista coletiva.
O
Corinthians foi eficiente. Teve duas chances de gol no primeiro tempo e fez as
duas. Na etapa final, criou outras duas. O São Paulo chegou a 20 no apito
final, com bolas na trave, chances que passaram muito perto e apenas um gol,
feito por Luciano, que explodiu um Morumbi lotado.
O empate,
talvez, não tenha saído por sorte. Aliada, claro, a suor e competência dos
jogadores.
“Nosso
freguês voltou”, diz Careca Bertaglia | A Voz da Torcida
A vitória no
Morumbi, que não vinha há 11 partidas, trouxe alívio e dá fôlego para Fernando
Lázaro seguir um trabalho que, de tijolinho em tijolinho, vai construindo uma
forma de jogar, tenta tornar o time menos exposto defensivamente e permitir que
jogadores como Renato Augusto, Róger Guedes e Yuri Alberto possam ser decisivos
ofensivamente. O Corinthians vive uma fase de construção.
O primeiro tempo mostra que há coisas boas a se tirar do trabalho de Fernando Lázaro. O segundo, com cansaço físico, falta de reação e erros na transição, indica que também há uma longa caminhada de trabalho pela frente. São só cinco jogos até aqui. Vencer um rival, porém, faz o torcedor dormir mais feliz e o técnico conseguir, enfim, respirar aliviado por alguns dias neste início de trabalho.