Após Senado aprovar taxação, secretarias de Fazenda querem discutir aumento do ICMS para compras do exterior
Após Senado aprovar taxação, secretarias de Fazenda querem discutir aumento do ICMS para compras do exterior
Senado aprovou taxação de 20% para compras de até US$ 50 do exterior. Entidade da indústria considera esse um primeiro passo, mas ainda não 'suficiente' para equilibrar a disputa com os produtos brasileiros.
Por Kevin Lima, g1 — Brasília
O Comitê
Nacional de Secretários Estaduais de Fazenda (Comsefaz) deve voltar a discutir,
nos próximos meses, um aumento na alíquota unificada do Imposto sobre a
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre compras internacionais
enviadas ao Brasil.
Segundo
membros do Comsefaz ouvidos pelo g1, a ideia é levar a pauta para discussão nas
duas próximas reuniões do grupo, previstas para ocorrer em julho e setembro.
Atualmente,
remessas estrangeiras são taxadas em 17% pelo ICMS, de competência dos estados.
A proposta,
em análise pelo Comsefaz, prevê um aumento da alíquota para 25% no próximo ano.
A elevação do ICMS, ainda segundo secretários de Fazenda ouvidos pelo g1, tem apoio do Ministério da Fazenda.
A medida
chegou a ser colocada em pauta durante reunião do conselho em abril, mas teve a
análise adiada.
A discussão
sobre a taxação das “comprinhas” voltou ao centro do debate político nas
últimas semanas. A medida é polêmica, porque afeta as compras em sites
chineses, muito populares no Brasil. Por outro lado, o varejo interno reclama
de competição desleal.
Nesta
quarta-feira (5), o Senado aprovou um projeto que tributa compras
internacionais de até US$ 50.
O texto
estabelece que as remessas enviadas ao Brasil neste valor terão de pagar uma
alíquota de 20% do Imposto de Importação (II). Encomendas acima de US$ 50,01
seguirão taxadas com a alíquota tradicional do II, que é de 60%
Hoje,
compras internacionais abaixo de US$ 50 são isentas do II, que é de competência
federal. Pagam, porém, a alíquota do ICMS unificada em todos os estados. A
atual isenção federal é válida somente para envios feitos por empresas
cadastradas no programa Remessa Conforme, da Receita Federal.
A tributação
das compras internacionais é defendida amplamente pelo setor industrial
brasileiro, que avalia haver uma espécie de competição desleal com o comércio
eletrônico estrangeiro.
Nota da
indústria
Após a
aprovação da taxação pelo Senado, a Federação das Indústria de Minas (Fiemg)
divulgou uma nota na qual disse que a medida é um “primeiro passo”
para, segundo a entidade, corrigir a competição desequilibrada com os produtos
estrangeiros.
“A
aprovação pelo Senado de uma alíquota de 20% de imposto de importação para
produtos abaixo US$ 50 comprados em sites internacionais é um primeiro passo
para combater um equívoco do governo que tem custado R$ 100 bilhões ao ano aos
cofres públicos e prejudicado a indústria nacional, mas ainda não é
suficiente”, disse a nota.