Após ser presa, vice-presidente do Parlamento Europeu é destituída do cargo por escândalo de corrupção
Após ser presa, vice-presidente do Parlamento Europeu é destituída do cargo por escândalo de corrupção
Deputada grega Eva Kaili é acusada de ter intermediado esquema de pagamento de propina e suborno por parte do governo do Catar a três parlamentares europeus.
Por Reuters 13/12/2022 09h33 Atualizado há 13 minutos
O Parlamento
Europeu – o Legislativo que une deputados de todos os países da União Europeia
– destituiu nesta terça-feira (13) a vice-presidente da Casa Eva Kaili.
Uma
investigação da Promotoria da Bélgica apontou que o governo do Catar, anfitrião
da Copa do Mundo, subornou Kaili para influenciar a tomada de decisões. A agora
ex-vice-presidente, que é também deputada da Grécia, negou as acusações.
Kaili está
entre as quatro pessoas presas e acusadas na Bélgica pelo escândalo que provocou
indignação em Bruxelas e ameaça prejudicar a imagem da União Europeia.
O caso, no qual a polícia descobriu pilhas de dinheiro, lança uma sombra sobre o Parlamento Europeu, que busca ser uma bússola moral, criticando os abusos de direitos globais e repreendendo os governos da UE por qualquer indício de impropriedade.
O Catar
negou qualquer irregularidade.
Parlamento
Europeu vota pelo afastamento de Eva Kaili das funções de vice-presidente
Parlamento
Europeu vota pelo afastamento de Eva Kaili das funções de vice-presidente
O parlamento
agiu rapidamente para afrouxar os laços com Kaili, com 625 deputados votando a
favor da medida, apenas um contra e duas abstenções.
“A
integridade do Parlamento Europeu vem em primeiro lugar”, tuitou a
presidente Roberta Metsola.
Michalis
Dimitrakopoulos, advogado de Kaili na Grécia, disse na terça-feira: “A
posição dela é que ela é inocente, posso te dizer isso.”
“Ela
não tem nada a ver com o financiamento do Catar, nada, explícita e
inequivocamente”, disse Dimitrakopoulos à Open TV em um primeiro
comentário público.
Vários
estados da UE, incluindo a Alemanha, disseram que a credibilidade da união de
27 nações está em jogo. Os países que enfrentaram críticas da assembléia,
incluindo a Hungria, membro da UE, disseram que ela perdeu a superioridade
moral.
“A
partir de agora, o Parlamento Europeu não poderá falar sobre corrupção de
maneira crível”, escreveu o ministro das Relações Exteriores da Hungria,
Peter Szijjarto, no Facebook.