Atividade econômica desacelera e cresce 0,43% no 2º trimestre
Atividade econômica desacelera e cresce 0,43% no 2º trimestre
Em 12 meses, o indicador fica positivo em 3,35%, revela BC.
Publicado em 14/08/2023 - 12:28 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A atividade
econômica brasileira desacelerou no segundo trimestre deste ano, de acordo com
informações divulgadas nesta segunda-feira (14), em Brasília, pelo Banco
Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve
alta de 0,43% de abril a junho em relação ao trimestre anterior (janeiro a
março), de acordo com dados dessazonalizados (ajustados para o período).
Já no
primeiro trimestre do ano, o crescimento foi de 2,41%, se comparado ao
trimestre anterior (outubro a dezembro de 2022).
Em
comparação ao trimestre de abril a junho de 2022, a alta foi de 2,65% (sem
ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais).
Em junho de
2023, o IBC-Br teve alta de 0,63%, atingindo 146,65 pontos. Na comparação com o
mesmo mês de 2022, houve crescimento de 2,10% (também sem ajuste para o
período). No acumulado em 12 meses, o indicador ficou positivo em 3,35%.
O IBC-Br é
uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o BC a
tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em
13,25% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de
setores da economia – indústria, comércio e serviços e agropecuária –, além do
volume de impostos.
A Selic é o
principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. Quando o Copom
aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e
isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e
estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas ajudam a redução da
inflação, mas também podem dificultar a expansão da economia.
Queda da inflação
Diante da
forte queda da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, iniciou,
neste mês, um ciclo de redução da Selic, o que deve estimular a atividade
produtiva.
A última vez
em que o BC tinha reduzido a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de
2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de
covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num
ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de
energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa
em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Divulgado
mensalmente, o IBC-Br emprega uma metodologia diferente da utilizada para medir
o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia
brasileira. Segundo o próprio BC, o índice “contribui para a elaboração de
estratégia da política monetária” do país, mas “não é exatamente uma prévia do
PIB”.
Com
resultado trimestral, o valor do PIB do segundo trimestre de 2023 será
divulgado em 1º de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais
produzidos por um país.
Em junho, o
IBGE anunciou que o PIB cresceu 1,9 no primeiro trimestre deste ano, se
comparado com o resultado dos últimos três meses de 2022. Na comparação com o
primeiro trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 4%, enquanto o
resultado dos últimos 12 meses representa uma alta de 3,3%. Em 2022, o PIB do
Brasil cresceu 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.
Edição:
Kleber Sampaio