Atividade econômica no país cresceu 0,2% no 2º trimestre
Atividade econômica no país cresceu 0,2% no 2º trimestre
Resultado aponta desaceleração do PIB.
Publicado em 15/08/2023 - 12:24 Por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
A atividade
econômica do país cresceu 1,3% em junho, na comparação com maio. No segundo
trimestre do ano, a economia brasileira teve alta de 0,2%. Os dados foram
divulgados nesta terça-feira (15) pelo Monitor do PIB da Fundação Getulio
Vargas (FGV). O indicador mostra a prévia do Produto Interno Bruto (PIB, todos
os bens e serviços produzidos no país).
No primeiro
trimestre, o Monitor do PIB apontou um crescimento de 2% (valor revisado).
“Após o forte crescimento registrado no primeiro trimestre do ano, a atividade
econômica mostrou desaceleração. Apesar da forte retração registrada pela
agropecuária, os modestos crescimentos do setor industrial e de serviços
colaboraram para o resultado positivo de 0,2% no segundo trimestre”, explicou
Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
“Em linhas
gerais, esse resultado mostra uma certa resiliência da economia, que segue em
terreno positivo mesmo com grande parte do bônus da agropecuária tendo se
reduzido. Por outro lado, esse fraco crescimento também ilustra a pouca
capacidade de reação da economia para crescer de forma mais robusta em um
ambiente de baixo investimento, juros altos e elevado grau de endividamento das
famílias”, disse.
Influências
Ao detalhar
o resultado, a FGV identifica uma alta de 2,3% no consumo das famílias no
segundo trimestre. Esse crescimento tem se reduzido desde o fim de 2022. A
menor contribuição do consumo de serviços e de produtos não duráveis é a
principal razão para essa desaceleração.
A formação
bruta de capital fixo – indicador que reflete o nível de investimento, como
aquisição de máquinas e equipamentos – teve retração de 2,5% no trimestre.
As
exportações de bens e serviços cresceram 14,1% no segundo trimestre.
Praticamente todos os componentes das vendas para o exterior cresceram no
período, mas apenas dois explicam a maior parte do resultado: produtos
agropecuários (30,1%) e minérios (23,8%) foram responsáveis por cerca de 80% do
desempenho.
Pelo lado
das importações, o crescimento foi de 6,8% no trimestre. As compras externas de
bens de consumo (29,7%) e de capital (18,2%) responderam por mais de 60% do
resultado.
Em valor
corrente, a FGV estima o PIB brasileiro em R$ 5,74 trilhões.
A prévia da
FGV vai ao encontro do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br),
divulgado na segunda-feira (14), que também aponta desaceleração do PIB no
segundo trimestre. O IBC-Br teve alta de 0,43% de abril a junho em relação ao
período de janeiro a março. No primeiro trimestre do ano, o crescimento foi de
2,41%, se comparado ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2022).
PIB oficial
Os números
oficiais do PIB são divulgados trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Os dados do segundo trimestre serão conhecidos
no dia 1º de setembro. Em junho, o IBGE anunciou que o PIB do primeiro
trimestre cresceu 1,9% na comparação com os últimos três meses de 2022.
Edição:
Fernando Fraga