Avião da FAB chega com brasileiros e turcos sobreviventes do terremoto
Avião da FAB chega com brasileiros e turcos sobreviventes do terremoto
No total, são 17 pessoas, sendo quatro crianças e 13 adultos.
Publicado em 12/02/2023 - 18:16 Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O avião da
Força Aérea Brasileira (FAB) que o governo federal usou para levar ajuda
humanitária à Turquia regressou hoje (12) ao Brasil. A aeronave trouxe a bordo 17 pessoas que sobreviveram ao
terremoto que atingiu parte da Turquia e da Síria na última segunda-feira (6).
Quatro
crianças integram o grupo de nove brasileiros e oito estrangeiros que
desembarcou nesta madrugada na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. A
repatriação dos brasileiros foi coordenada pelo Ministério das Relações
Exteriores (Itamaraty), que aproveitou o voo de volta do KC-30 da FAB.
Equipe de
resgate
Logo após os
fortes tremores de terra que chegaram a atingir 7,8 na escala Richter, o
governo brasileiro acionou a Aeronáutica para que levasse à Turquia uma equipe
de brasileiros especializados em resgate urbano e socorro a vítimas de
desastres naturais.
Os 42
profissionais brasileiros, incluindo bombeiros, agentes de saúde e da Defesa
Civil, chegaram à capital turca, Ancara, na noite da última quarta-feira (9).
Eles devem permanecer por ao menos duas semanas no país prestando apoio
humanitário à população que, além das consequências do terremoto, enfrenta um
inverno rigoroso, com temperaturas abaixo de zero.
Desespero
e correria
Segundo a
FAB, o resgate das 17 pessoas trazidas ao Brasil contou com a ajuda de outros
cidadãos que permanecem na Turquia, incluindo brasileiros. Ainda de acordo com
a Aeronáutica, entre os nove brasileiros, há uma mulher, grávida, identificada
como Fernanda Lima.
“Quando eu
entendi que aquela situação não era habitual, comecei a gritar para meu marido
e meu filho acordarem. Então, arranquei o meu filho do berço, dei na mão do meu
marido e falei: corre, que isso é um terremoto. Salva a vida dele! Me deixa,
vai na frente com ele! E foi só o tempo da gente sair de casa. Quando saímos de
casa, nós a vimos desabar. Perdemos tudo”, relatou Fernanda aos militares da
FAB.
O professor
Guilherme Brito, de 22 anos de idade, também integra a lista de brasileiros
repatriados. Entrevistado por uma equipe da TV Brasil que viajou a Ancara a
convite da FAB, Brito contou que tinha acabado de chegar à cidade de Adana para
participar de um intercâmbio estudantil quando foi surpreendido pelo terremoto
que, segundo fontes dos governos turcos e sírio, já matou ao menos 33 mil
pessoas.
“Eu tinha
acabado de chegar. Estava bem cansado, mas muito feliz. Jantei, fui dormir e,
por volta de 4h da manhã, senti tudo tremer”, contou Brito. Segundo o
estudante, pouco depois, houve um segundo tremor, ainda mais forte, que o fez
correr para a rua. Brito lembra de, ao chegar na rua, olhar e ver ao menos três
prédios próximos caídos e muitos outros com rachaduras graves. Além disso,
segundo ele, fazia muito frio, o que pode ter causado a morte de muitas pessoas
presas em meio aos escombros. Segundo Brito, os termômetros marcavam em torno
de 3 graus Celsius (°C), mas a sensação térmica era de -1°C.
“Começamos a
andar pelas ruas com um amigo turco, e ele nos alertou para que não andássemos
por ali porque havia risco de demolir, de cair. Acabei decidindo não ficar [na
Turquia] justamente por isso. Minha ideia era ajudar, mas percebi que aquela
zona ainda era de risco, embora não fosse uma área tão afetada. O medo começou
a tomar conta”, disse Brito sobre porque decidiu pedir ajuda das autoridades
diplomáticas para deixar o país.
Edição:
Nélio Neves de Andrade