Barroso: Primeira Turma do STF deve julgar tentativa de golpe
Barroso: Primeira Turma do STF deve julgar tentativa de golpe
Por ser presidente da Corte, o ministro não faz parte das turmas.
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta
quarta-feira (27) que a eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República
(PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e 36 acusados pela tentativa de
golpe deve ser julgada pela Primeira Turma da Corte, colegiado formado por
cinco dos 11 ministros do tribunal.
Ao ser
perguntado se um processo com 37 réus não deveria ser julgado pelo plenário,
Barroso disse que a competência legal para tratar do caso é da Primeira Turma.
“O
juízo natural dessas matérias é a Primeira Turma. O excepcional seria ir para o
plenário. Se o relator [Alexandre de Moraes] e a Primeira Turma entenderem que
é o plenário, vai para o plenário. A competência é deles, e não é uma matéria
esteja na alçada da presidência”, afirmou.
Pelo
regimento interno do STF, cabe às duas turmas do tribunal julgar ações penais.
Como o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, faz parte da Primeira
Turma, a eventual denúncia será julgada pelo colegiado.
Além do
relator, compõem a turma os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen
Lúcia e Luiz Fux.
Se a maioria
de três ministros aceitar a eventual denúncia, Bolsonaro e os outros acusados
viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF. No plenário, a maioria
seria formada por seis votos.
A Segunda
Turma é composta pelos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Edson Fachin,
além de André Mendonça e Nunes Marques, ambos indicados ao STF pelo
ex-presidente Bolsonaro.
Por ser
presidente da Corte, Barroso não faz parte das turmas. O plenário é composto
pelos integrantes das duas turmas, além de Barroso.
Indiciamento
Ontem (26),
Alexandre de Moraes retirou o sigilo o inquérito no qual Bolsonaro e demais
acusados foram indiciados pela tentativa de golpe e enviou o processo para a
PGR.
Com o envio
do relatório da Polícia Federal (PF), o procurador-geral da República, Paulo
Gonet, vai decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão denunciados ao
Supremo pelos crimes imputados pelos investigadores.
Devido ao
período de recesso de fim de ano no Supremo, a eventual denúncia deve ser
enviada ao STF somente em 2025. O recesso começa no dia 20 de dezembro e vai
até 1° de fevereiro do ano que vem.