Belém sedia Diálogos Amazônicos a partir desta sexta-feira
Belém sedia Diálogos Amazônicos a partir desta sexta-feira
Evento antecede Cúpula da Amazônia, que reunirá chefes de Estado.
Publicado em 04/08/2023 - 09:04 Por Pedro Peduzzi - Enviado especial a Belém - Belém
Começa nesta
sexta-feira (4), em Belém, o Diálogos Amazônicos, evento prévio à Cúpula da
Amazônia que reunirá chefes de Estado dos países da região entre os dias 8 e 9
próximos.
Até o
domingo (6), representantes de entidades, movimentos sociais, academia, centros
de pesquisa e agências governamentais do Brasil e demais países amazônicos se
reunirão em diversas frentes, com o objetivo de formular sugestões para a
reconstrução de políticas públicas sustentáveis para a região.
O resultado
desses debates será apresentado na forma de propostas aos chefes de Estado
durante a reunião da Cúpula da Amazônia. Participarão do encontro os
presidentes de Brasil, Bolívia Colômbia, Guiana, Peru, e Venezuela. Por
questões internas, Equador e Suriname não confirmaram a presença de seus
presidentes, mas enviarão representantes oficiais.
Temática
“Temas como
a mudança do clima, povos indígenas da Amazônia e projetos visando um
desenvolvimento sustentável e inclusivo da região serão largamente debatidos,
assim como agroecologia, trabalhadores que sobrevivem da floresta e a
necessidade do combate ao garimpo ilegal. São temas que têm necessidade de
serem debatidos e, com certeza, ganharão protagonismo nesse processo”, disse à
Agência Brasil o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República,
Márcio Macêdo.
Coube à
Secretaria-Geral da Presidência da República e ao Ministério das Relações
Exteriores a coordenação do encontro. Já a preparação e a articulação com os
demais países foram feitas pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica
(OTCA), uma entidade intergovernamental formada pelos oito países participantes
do encontro, criada a partir da assinatura do Tratado de Cooperação Amazônica,
em 1978.
A
expectativa da Secretaria-Geral é de que o Diálogos Amazônicos reúna cerca de
10 mil pessoas ao longo dos três dias nas 405 atividades e eventos planejados
para o Hangar Centro de Convenções e Feiras e, também, em outros pontos de
Belém – entre eles, o campus da Universidade Federal do Pará, o Centro Gestor e
Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipan), a Superintendência
do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e a Superintendência do Patrimônio da
União (SPU).
Problemas e potencialidades
Para a
Secretaria-Geral, o Diálogos Amazônicos configura um “processo extremamente
rico de debate”, no qual movimentos sociais de todos os países amazônicos
apresentam o seu olhar sobre problemas, potencialidades e possibilidades da
floresta amazônica.
Na avaliação
da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, “é importante que presidentes
se reúnam para pensar estratégias de combate à crise climática”. Ela, no entanto,
ressaltou, durante o programa A Voz do Brasil, da EBC, que essa discussão tem
de começar com quem vive e conhece a Amazônia.
Plenárias-síntese
Segundo a
Secretaria-Geral, serão organizadas cinco plenárias-síntese que contarão com a
participação de três mil pessoas. E cada uma delas terá sete expositores, sendo
quatro da sociedade civil e três governamentais.
Nelas, serão
debatidos temas como participação social, erradicação do trabalho escravo,
saúde, soberania, segurança alimentar e nutricional, ciência e tecnologia,
transição energética, mudança do clima e a proteção aos povos indígenas e
tradicionais da região.
Os
resultados servirão de base para a produção de cinco relatórios a serem
entregues aos presidentes dos países amazônicos durante a Cúpula da Amazônia.
Estão
previstas também plenárias transversais para debater situações de públicos
específicos, como mulheres, jovens e negros na região amazônica. As discussões
dessas plenárias poderão ter trechos incluídos nos relatórios das
plenárias-síntese.
Programação
A
programação completa está disponível no site da Secretaria-Geral da Presidência
da República.
De acordo com a Secretaria, no dia 4, das 13h às 16h, está prevista uma plenária transversal com o tema “Mulheres na Panamazônia – Direitos, Corpos e Territórios por Justiça Socioambiental e Climática”.
Das 16 às
19h, haverá a plenária-síntese sobre a participação e a proteção dos territórios,
dos ativistas, da sociedade civil e dos povos das florestas e das águas no
desenvolvimento sustentável da Amazônia. Nela, será também debatida a
erradicação do trabalho escravo na região.
A cerimônia
de abertura será a partir das 19h. Neste sábado (5), está prevista a
plenária-síntese que aborda o tema “Saúde, soberania e segurança alimentar e
nutricional na região amazônica: ações emergenciais e políticas estruturantes”,
das 9h às 12h. Na parte da tarde, entre 13h e 16h, terá início a plenária transversal
sobre juventudes.
“Como pensar
a Amazônia para o futuro a partir da ciência, tecnologia, inovação e pesquisa
acadêmica e transição energética” será o tema da terceira plenária-síntese,
entre 17h e 20h.
Mudança do clima
A
programação do último dia do Diálogos Amazônicos terá a quarta
plenária-síntese, entre 9h e 12h, com o tema “Mudança do clima, agroecologia e
as sociobioeconomias da Amazônia: manejo sustentável e os novos modelos de
produção para o desenvolvimento regional”.
Na parte da
tarde será a vez da plenária transversal do dia, entre 13h e 16h, que terá como
tema “Amazônias Negras: Racismo Ambiental, Povos e Comunidades Tradicionais”.
A quinta e
última plenária-síntese será durante o encerrando o evento. Nela, será debatida
a inclusão dos povos indígenas, entre 17h e 20h.
Edição:
Kleber Sampaio