Bolsonaro chega ao Brasil após passar três meses nos Estados Unidos
Bolsonaro chega ao Brasil após passar três meses nos Estados Unidos
Ex-presidente viajou ao exterior no fim de dezembro, antes de terminar o mandato. Bolsonaro participou de evento fechado nesta quinta com familiares e aliados; em discurso, disse que atual governo não vai 'fazer o que bem quer'.
Por g1 — Brasília 30/03/2023 06h42 - Atualizado há 19 minutos
O
ex-presidente Jair Bolsonaro voltou ao Brasil na manhã desta quinta-feira (30),
após passar três meses nos Estados Unidos.
O voo
comercial chegou ao Aeroporto Internacional de Brasília por volta das 6h40. No
saguão, alguns apoiadores esperavam o ex-presidente.
Bolsonaro,
no entanto, saiu por uma rota reservada e seguiu, em comboio escoltado pelo
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, para um evento
fechado com familiares e aliados.
Na chegada
ao prédio, Bolsonaro foi recebido pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto,
pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pelo ex-ministro Braga Netto, candidato
a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.
O
ex-presidente fez um aceno rápido a apoiadores na porta do edifício, e voltou
para o evento sem dar declarações.
Discurso
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) transmitiu parte de um discurso feito pelo ex-presidente durante o evento da sigla. “É com orgulho grande que retorno. Vou receber muita gente, conversar”, afirmou.
Com relação
à viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro disse que “o Estado norte-americano
é o Estado brasileiro que deu certo”.
“Estava
no Estado republicano. É um sonho nosso seguir esse Estado norte americano, em
muitas coisas de bom que tem lá. Lá é o Estado brasileiro que deu certo. Tudo
lá é o queremos implantar aqui também: liberdade de expressão, propriedade
privada, legítimo direito à defesa. Liberdade para poder trabalhar.”
O
ex-presidente também disse que os integrantes do atual governo “não vão
fazer o que bem querem com o futuro da nossa nação”.
“Eu
lembro lá atrás, quem é mais velho lembra disso, quando alguém criticava o
Parlamento, Ulysses Guimarães dizia: ‘Espera o próximo’. Desta vez, o próximo
melhorou e muito. O Parlamento está nos orgulhando pelas medidas, pela forma de
se comportar, de agir lá dentro, fazendo realmente o que tem que ser feito e
mostrando para esse pessoal que, por ora, por pouco tempo, está no poder, eles
não vão fazer o que bem querem com o futuro da nossa nação.”
Viagem
aos EUA
Bolsonaro
viajou para Orlando, na Flórida, no fim do ano passado – a dois dias de
terminar o seu mandato. Por três meses, ficou hospedado na casa de um amigo em
um condomínio de luxo na cidade e fez poucas aparições públicas.
A
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, mulher de Jair, viajou para Orlando
algumas vezes ao longo do período e compartilhou detalhes das viagens em redes
sociais.
Durante o
período nos EUA, Bolsonaro esteve acompanhado de assessores presidenciais pagos
com dinheiro público. Esse tipo de assessoramento é garantido por lei a
ex-presidentes, mesmo que eles estejam fora do país.
Bolsonaro
nunca justificou oficialmente a viagem aos EUA, feita em voo da Força Aérea
Brasileira quando ele ainda era presidente.
Futuro
político
De volta ao
Brasil, Bolsonaro deve aceitar o convite de Valdemar Costa Neto e se tornar
presidente de honra do PL – partido ao qual se filiou há pouco mais de um ano
para disputar a reeleição em 2022.
Ainda
segundo o PL, Bolsonaro receberá a remuneração igual a de um ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF).
O salário de um ministro do STF é o teto do funcionalismo público e, a partir de 1º de abril deste ano, será de R$ 41.650,92.
A
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também assumiu um cargo no partido neste
mês: o de presidente do PL Mulher. Trata-se do órgão da legenda voltado para a
promoção das mulheres nas atividades política e partidária.
O PL e
Bolsonaro ainda não divulgaram se, na nova função, o ex-presidente terá agendas
públicas com apoiadores.