Bolsonaro silencia sobre joias ao depor à PF
Bolsonaro silencia sobre joias ao depor à PF
Ele permaneceu pouco mais de uma hora na sede da polícia em Brasília.
Publicado em 31/08/2023 - 14:48 Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Convocados a
depor à Polícia Federal (PF), o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro; a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-secretário especial de Comunicação
Social (Secom) da Presidência, Fabio Wajngarten, ficaram em silêncio ao serem
interrogados, nesta quinta-feira (31).
Os três
permaneceram pouco mais de uma hora na sede da PF, na área central de Brasília
(DF), e deixaram o prédio sem falar com jornalistas que os aguardavam do lado
de fora. A reportagem tentou contato com a defesa dos três, mas ainda não teve
retorno.
Bolsonaro,
Michelle, Wajngarten e outras cinco pessoas foram intimadas a depor no âmbito
do inquérito que investiga as suspeitas de que, com ajuda de assessores e
pessoas próximas, Bolsonaro tentou se apropriar indevidamente de joias que,
supostamente, recebeu de presente de autoridades públicas sauditas. Devido ao
valor de tais joias, elas legalmente deveriam passar a compor o patrimônio da
União.
Bolsonaro,
Michelle e Wajngarten justificaram a decisão de ficar em silêncio argumentando
que a Procuradoria-Geral da República (PGR) entende que a apuração relativa às
joias sauditas não deve tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Reiteramos
que continuamos, como sempre, à disposição para prestar todo e qualquer
esclarecimento desde que no foro competente. No caso, a douta Procuradoria
Geral da República, que já manifestou que o STF não é a esfera jurídica
própria”, escreveu Wajngarten, no Twitter, logo após deixar a PF.
“Não há silêncio nesse momento. Agora, busca-se apenas o respeito à
lei”, acrescentou o ex-secretário, que também figura entre os advogados de Bolsonaro.
Também foram
convocados a depor, hoje, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel
Mauro Cid; o pai de Mauro Cid, o general César Lourena Cid; o advogado da
família Bolsonaro, Frederick Wassef, e os ex-assessores da Presidência, Marcelo
Câmara e Osmar Crivellati.
Wassef foi o
único dos oito depoentes a prestar depoimento por videoconferência, a partir de
São Paulo.
Como a
investigação tramita em segredo de Justiça, a PF não forneceu detalhes sobre os
depoimentos. Segundo a reportagem apurou, Wassef, Mauro Cid e seu pai
continuavam sendo interrogados quando Bolsonaro, Michelle e Wajngarten deixaram
a PF, em Brasília, no fim da manhã.
Edição: Valéria Aguiar