Brasil recupera desempenho de alfabetização do período pré-pandêmico
Brasil recupera desempenho de alfabetização do período pré-pandêmico
Resultados do Criança Alfabetizada foram apresentados nesta terça.
Publicado em por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil – Brasília
O Brasil
recuperou o desempenho de alfabetização que era observado antes da pandemia de
Covid-19. Com isso, atingiu meta estabelecida pelo Ministério da Educação para
o ano passado, no âmbito do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada.
De acordo
com o ministro da Educação, Camilo Santana, em 2023, 56% das crianças
brasileiras alcançaram o patamar de alfabetização definido pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para o 2º ano do ensino
fundamental.
“Em 2019, o
percentual de estudantes alfabetizados na rede pública do país era de 55%,
percentual que, com a pandemia, caiu para 36% em 2021. Em 2023, retomamos ao
patamar anterior, subindo para 56%”, disse o ministro ao abrir a reunião com os
governadores no Palácio do Planalto, durante a apresentação de resultados do
Compromisso Nacional Criança Alfabetizada.
O resultado,
segundo ele, mostra que o país avançou no sentido de amenizar os efeitos
negativos da pandemia para a alfabetização de estudantes ao fim do 2° ano do
ensino fundamental e, com isso, favorecer a recomposição de aprendizagens, com
ênfase na alfabetização de todas as crianças matriculadas no 3°, 4° e 5° anos
afetadas pela pandemia.
Adesão
O
compromisso foi lançado no início do ano passado e já teve a adesão de 100% dos
estados e de 99,8% dos municípios. “Falta ainda um município do Mato Grosso,
sete municípios de São Paulo e um de Santa Catarina. Mas o resultado mostra o
desejo de prefeitos e governadores de construir essa política nacional,
independentemente de questões partidárias, políticas ou ideológicas”, destacou
Santana ao ressaltar que o protagonismo do programa pertence a estados e
municípios.
“O que nos
cabe fazer [enquanto governo federal] é apoiar vocês”, acrescentou o ministro.
Na sequência, Santana propôs um pacto com administradores locais, visando a
criação de uma premiação nacional que reconheça iniciativas que apresentaram
avanços e boas práticas de educação.
Segundo o
ministro, todos os governadores têm sido parceiros nessa empreitada de melhorar
a educação do país, inclusive para a implementação do programa Pé de Meia,
criado para recompensar financeiramente estudantes que não abandonam a escola.
“Todos nós sabemos dos indicadores de evasão escolar, de abandono e de
distorção idade-série. Ou seja, quando a criança está atrasada”, disse.
“No último
censo escolar, quase 500 mil jovens no Brasil em escola pública deixaram, em um
ano, a escola. Estamos falando de meio milhão de jovens que deixaram a escola.
Claro que tem vários fatores [influenciando esse quadro]. A escola precisa ser
atrativa, acolhedora; precisa ter uma boa infraestrutura, precisa estar
conectada. Mas um grande motivo é a questão financeira. Outro grande motivo é
desmotivação do jovem”, acrescentou.
Indicador
O Indicador
Criança Alfabetizada foi calculado com base no alinhamento nacional dos dados
apurados pelas avaliações aplicadas pelos estados em 2023. Ele contou com a
participação de 85% dos alunos das redes públicas brasileiras.
“O novo
indicador é 20 pontos percentuais acima do que o desempenho apresentado pelo
Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021 e 1 ponto percentual acima
da avaliação de 2019 (55%)”, detalhou, em nota, o Planalto.
Para 2024, a
meta de alfabetização almejada pelo governo é de 60% das crianças brasileiras.
Este percentual sobe para 64% em 2025 e 67% em 2026. Nos anos seguintes, as
metas sobem para 71% (em 2027); 74% (2028), 77% (2029), até superar os 80% a
partir de 2030.
* Matéria
ampliada às 13h35 para acréscimo de informações sobre o Indicador Criança
Alfabetizada.
Edição:
Aécio Amado