Brasil volta a ranking de 25 países mais atrativos para investimentos
Brasil volta a ranking de 25 países mais atrativos para investimentos
Levantamento da consultoria Kearney foi feito em janeiro deste ano, antes da piora na perspectiva de redução de juros nos EUA e da mudança da meta fiscal brasileira.
Por André Catto, g1
O Brasil
voltou ao ranking mundial de países mais atrativos para investimentos. É o que
mostra o Índice de Confiança para Investimento Estrangeiro Direto, realizado
anualmente pela consultoria Kearney.
A pesquisa
realizou as entrevistas com empresários em janeiro deste ano. O país aparece na
19ª colocação entre as 25 nações mais bem avaliadas por executivos das
principais empresas do mundo. Em 2022, o Brasil figurou na 22ª colocação. Em
2023, não apareceu na lista.
O
levantamento considera as perspectivas de investimentos dos empresários para os
próximos três anos. Ou seja, quanto melhor a posição, mais provável a intenção
dos executivos de aplicar recursos no país.
São
entrevistados os executivos de empresas com receitas anuais iguais ou acima de
US$ 500 milhões. Ao todo, as companhias estão sediadas em 30 países e abrangem
todos os setores.
Pelo fato de
a sondagem ter sido realizada no início do ano, a percepção dos investidores
naquele momento acabou deixando de lado fatos importantes para a tomada de
decisão do empresariado.
De lá para
cá, ganharam o noticiário questões como o aumento das tensões entre Israel e
Irã no Oriente Médio, a mudança da perspectiva de queda de juros nos Estados
Unidos e os novos capítulos sobre meta fiscal do governo brasileiro. (entenda
mais abaixo)
A liderança
do ranking ficou com os Estados Unidos, a principal economia mundial. Os
norte-americanos encabeçam a lista há 12 anos. A segunda colocação neste ano
ficou com o Canadá, seguido pela China, pelo Reino Unido e pela Alemanha.
Veja a o
ranking completo:
EUA
Canadá
China
(inclui Hong Kong)
Reino Unido
Alemanha
França
Japão
Emirados
Árabes Unidos
Espanha
Austrália
Itália
Singapura
Suíça
Arábia
Saudita
Suécia
Nova
Zelândia
Portugal
Índia
Brasil
Coreia do
Sul
México
Taiwan
Polônia
Argentina
Dinamarca
Segundo o
relatório, o entusiasmo dos investidores com o Brasil tinha relação com o
anúncio do ministro dos Transportes, Renan Filho, em setembro de 2023, de que o
país esperava atrair cerca de R$ 180 bilhões em investimentos privados para
projetos ferroviários e rodoviários para os próximos três anos.
A afirmação
do ministro, citada pela consultoria Kearney, foi feita durante uma viagem de
Renan Filho a Lisboa, em Portugal, para a apresentação de projetos a
investidores europeus.
Na ocasião,
Renan Filho afirmou que o governo deverá investir cerca de R$ 80 bilhões até
2026, enquanto os investimentos do setor privado podem atingir o dobro. A
ferrovia Transnordestina, em construção há 15 anos, poderia ser a chave para
essa expansão, segundo o ministro.
O que
mudou?
O principal:
desde a última decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos
EUA), foram divulgados novos dados da economia norte-americana que indicaram um
mercado de trabalho aquecido e aceleração da inflação no país. Como resultado,
o mercado já não espera uma redução dos juros americanos em um futuro próximo.
Quando os
juros estão elevados por lá, a rentabilidade das Treasuries, os títulos
públicos norte-americanos e os mais seguros do mundo, é maior. Assim, quem
busca segurança e boa remuneração prioriza o investimento no país.
Com dados
fortes vindos dos EUA, os investidores estrangeiros já haviam retirado mais de
R$ 20 bilhões da bolsa brasileira no primeiro trimestre, segundo dados da B3.
Considerando abril, já há saldo negativo acumulado de US$ 29 bilhões neste ano,
conforme levantamento de Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria.
Em
reportagem no fim de março, analistas ouvidos pelo g1 atribuíram a situação
majoritariamente a fatores externos, mas também às intervenções do governo
federal em empresas de peso no índice de ações trouxeram prejuízo extra ao
país. RELEMBRE AQUI.
A situação
já havia levado muitos dólares para os Estados Unidos, mas a cotação da moeda
norte-americana explodiu quando o governo brasileiro anunciou uma mudança das
metas fiscais para os próximos anos.
No dia 15 de
abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou uma redução de meta
para um déficit zero em 2025. A previsão do ano passado, usada pelos
investidores para a análise, era de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto
(PIB).
A alteração
da meta significa abrir mais espaço para gastos, diante de uma dificuldade para
aumentar receitas no próximo ano. Na prática, o mercado financeiro não vê com
bons olhos o afrouxamento do novo arcabouço fiscal e acaba tirando
investimentos do país.
Países
emergentes
Além do
ranking geral, a pesquisa da consultoria Kearney também traz uma avaliação de
confiança para investimento estrangeiro nos países emergentes. Nesse grupo, o
Brasil ocupou a quinta posição, atrás da China, Emirados Árabes Unidos, Arábia
Saudita e Índia.
Veja
abaixo:
China
(inclui Hong Kong)
Emirados
Árabes Unidos
Arábia
Saudita
Índia
Brasil
México
Polônia
Argentina
Tailândia
Malásia
África do
Sul
Indonesia
Filipinas
Chile
Egito
Turquia
Romênia
Vietnã
Costa Rica
Peru
Colombia
Hungria
Uruguai
República
Dominicana
Omã