Brasileira é encontrada após mais de 15 dias desaparecida em Paris
Brasileira é encontrada após mais de 15 dias desaparecida em Paris
Fernanda Santos de Oliveira, natural de Botucatu (SP), teve o desaparecimento registrado no dia 6 de maio. Segundo a irmã, que mora na cidade do interior de SP, ela foi vista no apartamento onde mora na França e a polícia foi até o local.
Por Luís Ricardo da Silva, g1 Bauru e Marília 22/05/2023 10h09 - Atualizado há 55 minutos
A polícia de
Paris encontrou a brasileira que estava desaparecida há mais de 15 dias na
capital francesa. Segundo informações de parentes e da responsável por uma
organização que estava ajudando nas buscas, Fernanda Santos de Oliveira,
retornou para o seu apartamento na manhã desta segunda-feira (22).
Segundo a
irmã da brasileira, que mora em Botucatu, no interior de SP, a polícia foi
acionada por vizinhos que a viram chegar em casa. Ela foi levada pelos
policiais para um hospital para realização de exames para saber se ela sofreu
algum tipo de violência.
O
desaparecimento de Fernanda havia sido registrado no dia 6 de maio, quando ela
saiu do apartamento em que morava sem documentos e celular, levando apenas uma
bolsa de mão, um patinete elétrico e o passaporte.
Na última
quarta-feira (17), um comunicado da polícia parisiense revelou que Fernanda
teria sido vista nos dias 8 e 9 de maio em Melun, no departamento Sena e Marne.
“Ela estava sob posse de um passaporte e um passe de transporte”,
disse a polícia, que ainda inclui três fotos da mulher no apelo. (Veja abaixo).
Mobilização
em Paris
O
desaparecimento de Fernanda mobilizou um grupo voluntário de mulheres com
buscas por toda a capital francesa.
Para
localizá-la, um grupo de apoio a mulheres imigrantes, a Associação Mulheres na
Resistência de Paris, presidido por uma brasileira, realizou buscas pela cidade
parisiense.
Nos dias 13
e 18 de maio, elas fizeram mutirões para procurar a brasileira com a
distribuição de cartazes com fotos de Fernanda nos principais pontos da capital,
como estações e parques. Elas também fizeram buscas em hospitais.
De acordo
com a responsável pela ONG, Nellma Barreto, a associação foi alertada no dia 11
de maio, seis dias depois do desaparecimento de Fernanda, após ter sido avisada
pela família da brasileira, e realizou um boletim de ocorrência na sexta-feira
(12).
Segundo ela,
o desaparecimento já havia sido sinalizado à polícia pela patroa de Fernanda,
no restaurante, no dia anterior.
Situação
irregular
Na capital
francesa, Fernanda conseguiu um emprego em restaurante de culinária portuguesa
e mantinha ainda dois bicos como faxineira. Contanto, ela vive ilegalmente no
país e estava em busca de regularizar a situação.
Nellma
Barreto suspeita que Fernanda poderia estar sofrendo assédio sexual em um dos
trabalhos e isso pode ter motivado o desparecimento, porém as motivações ainda
serão investigadas.
Também houve
o registro de um surto que Fernanda teria sofrido dias antes. Os bombeiros
foram acionados, mas ela disse que estava bem.
Sonho de
morar no exterior
Segundo a
irmã, Fernanda sempre falou em trabalhar na sua área de formação fora do país,
já que em Botucatu, onde morava antes de ir para a Europa, teve poucas
oportunidades. Ela é formada como técnica de enfermagem e tinha curso de
radiologia.
“A
Fernanda trabalhou por mais de dez anos em uma indústria de Botucatu e, quando
saiu, passou a fazer bicos como cuidadora, de motorista para idosos que
precisavam ser levados a consultas médicas. E sempre foi muito estudiosa,
sonhadora e esforçada”, detalha a irmã Maria Aparecida.
Desde que
chegou na França, em abril de 2022, Fernanda já conseguiu conhecer Amsterdã, na
Holanda, e Ibiza, na Espanha. “Ela sempre me disse que queria viajar,
conhecer o mundo”, afirma a irmã.
Antes de ir para a França, onde uma prima já vivia, Fernanda tentou o visto para os Estados Unidos, mas não teve sucesso. “Antes de ir para a Europa, ela nunca havia saído do Brasil”, revela Maria.
A irmã conta também que Fernanda sempre foi muito apegada aos familiares e tem um filho de 23 anos, que lhe deu um casal de netos, uma menina com três anos e um menino de 11 meses. “O menor ela só conheceu por fotos e vídeos, todo domingo ela falava com eles por vídeo.”