Brasileiras que foram presas na Alemanha após terem malas trocadas por bagagens com drogas chegam ao Brasil
Brasileiras que foram presas na Alemanha após terem malas trocadas por bagagens com drogas chegam ao Brasil
Jeanne Paollini e Kátyna Baía chegaram a Goiás nesta sexta-feira. Ao g1, Irmã de Kátyna contou como foi o voo de volta; confira.
Por Michel Gomes, g1 Goiás 14/04/2023 10h28 - Atualizado há 22 minutos
As
brasileiras Jeanne Paollini e Kátyna Baía, que foram presas na Alemanha após
terem as malas trocadas por bagagens com droga, chegaram ao Brasil nesta
sexta-feira (14). A informação foi confirmada ao g1 por Lorena Baía, irmã de
Kátyna. Questionada sobre como foi o voo, Lorena desabafou.
“O voo
foi tranquilo! Choramos por diversas vezes, mas foi um choro de alegria, alívio
e gratidão!”, falou.
Lorena
explicou que toda a família já está reunida em Goiânia. As brasileiras saíram
da prisão na última terça-feira (11), após uma decisão do Ministério Público da
Alemanha.
No
Instagram, o diplomata Alexandre Vidal Porto compartilhou uma foto de Júlio
Junqueira, funcionário do Consulado do Brasil na Alemanha, amparando Kátyna
Baía e uma foto da família antes do embarque (veja abaixo).
Soltura
das brasileiras
As brasileiras Jeanne Paollini e Kátyna Baía estavam presas na Alemanha desde o dia 5 de março. De acordo com Chayane Kuss de Souza, advogada de defesa das brasileiras, elas foram inocentadas e não precisa esperar nenhum trâmite processual.
“Não
precisa de chancela do juiz. Elas serão soltas hoje. Na Alemanha funciona
assim. A legislação permite que quando o Ministério Público arquiva o processo,
que peça então que sejam liberadas”, explicou Chayane.
Antes da
soltura
Mais cedo, o
consulado informou que um representante do governo brasileiro já estava no
centro de detenção provisória. Diferente do Brasil, na Alemanha o Ministério
Público pode autorizar este tipo de liberação sem antes passar por um juiz.
“Não
existe precedentes na Alemanha de que o Ministério Público tenha agido tão
ativamente”, falou a defensora.
O Ministério
das Relações Exteriores do Brasil, também conhecido como Itamaraty, divulgou
uma nota, nesta terça-feira, informando que recebeu com satisfação a informação
da soltura das brasileiras. A nota diz ainda que o Consulado-Geral do Brasil em
Frankfurt fez visitas no presídio e intermediou contato com os familiares e
advogados de Kátyna e Jeanne. O Itamaraty também falou que “manteve
coordenação estreita” com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que
enviou provas pedidas pela Justiça alemã.
Presas
após troca de etiquetas de malas
O sonho de
viajar 20 dias pela Europa acabou em prisão por tráfico internacional de drogas
em 5 de março desse ano, horas antes de desembarcar em Berlim, na capital da
Alemanha, o primeiro país que as goianas Jeanne Paolline e Kátyna Baía queriam
conhecer. Elas também planejavam conhecer a Bélgica e a República Tcheca.
Lorena, irmã
de Kátyna, conta que elas planejaram a viagem com muita antecedência. O
objetivo dos dias pela Europa era celebrar um novo momento da vida profissional
dela.
A prisão do
casal em Frankfurt, a última conexão que faria antes de Berlim, motivou uma
operação da Polícia Federal para descobrir o que aconteceu com as malas que
foram despachadas em Goiânia e nunca chegaram ao país europeu.
Em
Frankfurt, a polícia apreendeu no bagageiro do avião duas malas com 20kg de
cocaína cada, etiquetadas com os nomes de Jeanne e Kátyna. A prisão aconteceu
na fila de embarque da escala, sem que elas pudessem ter visto as malas.
A Polícia
Federal em Goiás começou a investigar o caso após a prisão das goianas e disse
que elas são inocentes. Vídeos apurados pela PF mostram quando duas mulheres
chegam ao aeroporto de São Paulo, despacham bagagem com droga que levou
brasileiras à prisão na Alemanha e vão embora em 3 minutos (veja abaixo).
Jeanne conta
que, na hora da prisão, não entendeu o que estava acontecendo.
“Eu caminhei algemada pelo aeroporto de Frankfurt, escoltada por vários policiais, sem saber o que estava acontecendo. Só depois de muito tempo que chegou uma intérprete que informou que nós estávamos sendo presas por tráfico de drogas. E assim que o policial apresentou as supostas malas, nós falamos de imediato que aquelas malas não eram nossas”, disse Jeanne.
As imagens
das câmeras de seguranças do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, mostram o
desembarque de duas malas, uma branca e uma preta.
Essas malas
foram despachadas no aeroporto goiano, mas no meio do caminho, no Aeroporto
Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o maior do Brasil, as etiquetas foram
trocadas por funcionários terceirizados que cuidavam das bagagens (veja foto
acima).
Segundo a
Polícia Federal, nas escalas internacionais, o passageiro despacha a mala no
aeroporto de origem e só pega de volta no destino final, ou seja, Jeanne e
Kátyna nem viram a troca das bagagens e das etiquetas.

